As motosserras avançam velozes na maior floresta tropical do mundo, que tem um papel crucial para conter a mudança climática. A Amazônia brasileira perdeu 9.762 quilômetros quadrados de vegetação — um pouco mais do que os 7.946 quilômetro da região metropolitana de São Paulo — em um ano. O dado, que é o pior em mais de uma década e representa um aumento de 30% em relação ao ano anterior, foi divulgado nesta segunda-feira pelo organismo público brasileiro que realiza as medições oficiais com satélites. A cifra confirma o que as medições de alertas em tempo real vinham indicando há meses: que o desmatamento se intensificou desde que governa o ultradireitista Jair Bolsonaro, um firme defensor da exploração econômica da Amazônia a quase qualquer preço e que despreza o papel dos indígenas na preservação.
As derrubadas na Amazônia brasileira crescem desde 2012, embora a um ritmo menor. A superfície destruída agora equivale a 1,3 milhão de campos de futebol e aumentará ainda mais a pressão sobre Bolsonaro e seu Gabinete, pois tanto seu discurso como sua política ambiental assustam não só os indígenas, as ONGs e os cientistas, mas também muitos Governos estrangeiros, a começar pelos europeus. Meses atrás, o presidente criticou duramente o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), questionou suas medições e destituiu seu diretor. Apesar disso, seus ministros do Meio Ambiente e de Ciência compareceram à apresentação dos números do desmatamento medidos a cada 12 meses.
Fonte: El País
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