27/04/2019
07:56

Donos dos dois maiores orçamentos para a temporada 2019, Flamengo e Palmeiras são apontados como os principais favoritos para a conquista do Brasileiro, que começa neste sábado (27).

No ano passado, as duas equipes dominaram a disputa, com o time alviverde conquistando o título, o seu segundo nas últimas três edições, e o clube rubro-negro com o vice-campeonato.

Neste ano, o temor é que a diferença dessas duas equipes para as demais fique ainda maior.

“Os times que mais investem são normalmente os que ganham. Se continuar dessa forma, com uma diferença muito grande [de investimento] para os outros clubes, a tendência é concentrar os títulos ainda mais”, afirma Alberto Guerra, diretor de futebol do Grêmio.

Seu time tem o oitavo maior orçamento da Série A, com R$ 307 milhões. O valor é menos da metade do que o Flamengo pretende gastar no Brasileiro: R$ 765 milhões.

O clube gaúcho, que não ganha o Brasileiro desde 1996, resolveu apostar em competições de mata-mata, onde o poderio financeiro faz menos diferença em campo.

“Essa diferença financeira acaba sendo menor porque o elenco não precisa ser tão numeroso para a competição mata-mata. O que vai definir é o desempenho em jogos específicos, e não em 38 rodadas, quando os pontos da primeira e da última possuem o mesmo valor”, completa o dirigente. O Grêmio ganhou a Copa do Brasil em 2016 e a Libertadores em 2017.

Dono do menor orçamento da Série A, o presidente do CSA, Rafael Tenório, traça um cenário preocupante.

“Eu acredito que nos próximos cinco anos vai predominar o poderio do Flamengo e do Palmeiras. Não vejo com bons olhos”, afirmou

Para ele, o principal problema resultante do maior poderio financeiro dessas equipes é o inflacionamento dos salários dos jogadores, o que acaba prejudicando todos os times.

“A maioria dos clubes está quebrado porque gasta muito com salários. Esse pessoal precisa cair na realidade. Não dá para bancar esses valores”, disse, citando os salários de Arrascaeta e Gabriel, em torno de R$ 1,6 milhão e R$ 1,2 milhão, respectivamente.

“Um jogador desse paga a minha folha salarial toda, dois jogadores desses pagam a folha do Avaí, do Fortaleza e da Chapecoense. O nosso teto salarial é de R$ 90 mil”, concluiu.

À frente do Flamengo na reta final do Brasileiro do ano passado, o técnico Dorival Júnior concorda que os times com mais recursos irão dominar cada vez mais os torneios de pontos corridos.

“Pode acontecer uma ‘espanholização’ do torneio. Vejo que vai demorar um certo período, mas vem se acentuando. Os últimos campeonatos demonstram isso”, disse o técnico, sem time no momento.

Já para o consultor de marketing e gestão esportiva, Amir Somoggi, há outros fatores que impedirão que Flamengo e Palmeiras se distanciem dos rivais, mesmo com orçamentos mais volumosos.

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Publicado por: Chico Gregorio

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