48418393512-4ebe5b7915-bPor Fernando Rodrigues no Poder 360 

O abraço da fotografia não seria possível hoje.  E não pelas normas de distanciamento social, mas por divergências agudas entre os ministros Paulo Guedes e o potiguar Rogério Marinho.

O detalhe é que Marinho chegou a Bolsonaro pelas mãos de Guedes.

Não é novidade que o ministro Paulo Guedes (Economia) acha 1 erro despejar dinheiro público para obras de infraestrutura pelo país. A novidade é que ele vocalizou em reunião recente isso de forma muito explícita para Jair Bolsonaro e para os ministros Braga Netto (Casa Civil) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional).

Guedes expressou de maneira muito dura a Bolsonaro, Braga Netto e Marinho seu juízo a respeito do plano Pró-Brasil, elaborado pela Casa Civil para a retomada da economia pós-pandemia:

“Querem cavar mais fundo para ver se saímos do buraco”.

Em reuniões com o presidente e outros ministros, Paulo Guedes apresentou sua avaliação sobre o que acha do Pró-Brasil:

“Isso aí é o PAC. Isso aí é a Dilma[Rousseff]. Voltou a Dilma! Nós vamos querer nos levantar segurando os próprios suspensórios. O Brasil afundou por causa dessas obras que não terminaram, ficaram todas quebradas, jogaram dinheiro fora. Quer dizer: nós vamos então sair do buraco cavando mais fundo?”.

Rogério Marinho foi o mastermind do projeto. Telefonou para vários ministros militares e disse ser necessário fazer imediatamente 1 programa de investimentos públicos para alavancar o crescimento.

Saudosos do período em que essa era a regra no Brasil (no início da década de 1970), os generais abraçaram a proposta na hora. Braga Netto tomou a dianteira.

Poder360 apurou no Planalto que Paulo Guedes demonstrou grande irritação com Rogério Marinho. Enviou nesta semana uma mensagem de 3 palavras para o ministro do Desenvolvimento Regional, que até 2019 era 1 de seus maiores protegidos:

“Você é desleal”.

Laurita Arruda.