Um dos principais articuladores do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o líder do DEM na Câmara Federal, Mendonça Filho (PE), disse ser favorável a “um amplo programa de privatização”; neste processo, nem mesmo a Petrobras estaria a salvo; “A privatização da Petrobras não deve ser assunto interditado”, afirmou; “Não é privatizar por privatizar. Antes, é necessário reestatizar a Petrobras, que foi privatizada tendo como norte os interesses privados de grupos que se apoderaram para produzir corrupção, desvio e perda de valor como ocorreu nas gestões do PT”, afirmou; ele também sinalizou que o DEM poderá buscar uma aproximação com o vice Michel Temer (PMDB), caso se concretize o golpe contra Dilma.
Além da contração da economia, a queda real (descontada a inflação) de 3,68% na arrecadação federal em 2015 teve a influência de uma decisão do governo que favoreceu as pequenas empresas. A inclusão de empresas de 140 atividades no Simples Nacional – regime simplificado de pagamento de tributos – prejudicou a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), tributos que lideram a queda das receitas do governo neste ano.

Segundo o chefe do Centro de Estudos Tributários da Receita Federal, Claudemir Malaquias, a ampliação do Simples Nacional permitiu que cerca de 300 mil empresas que, até o ano passado, pagavam IRPJ e CSLL pelo lucro presumido migrassem para o Simples Nacional, pagando menos tributos.
“Existe um primeiro impacto para a queda das receitas do IRPJ e da CSLL pelo lucro presumido, que é a redução do consumo. É fato que as empresas que vendem menos pagam menos tributos, mas também observados um efeito provocado pela migração para o Simples Nacional das empresas dos setores beneficiados pela ampliação do regime”, afirmou Malaquias.
A ampliação do Simples Nacional fez o governo deixar de arrecadar R$ 2,758 bilhões de janeiro a agosto em relação ao mesmo período do ano passado. Entre os incentivos fiscais do governo, o Simples Nacional representa a segunda maior perda de arrecadação federal em 2015, sendo superada apenas pela desoneração da folha de pagamentos, que fez o governo deixar de arrecadar R$ 3,225 bilhões nos oito primeiros meses do ano também em relação a 2014.