
Contribuir para a formação cristã a partir de uma reflexão teológica, bíblica e ética para construção de uma sociedade justa, humana e solidária. Este é o objetivo da Escola Diocesana de Fé e Política Zilda Arns.
Contribuir para a formação cristã a partir de uma reflexão teológica, bíblica e ética para construção de uma sociedade justa, humana e solidária. Este é o objetivo da Escola Diocesana de Fé e Política Zilda Arns.
À quem não conhece algo, assim como à quem deve ter responsabilidade e respeito para com os seus leitores, sugiro exercitar o sagrado dever de se informar melhor, antes de sair falando tonterias – razão pela qual, por compromisso com a verdade, esclareço a acusação imputada a mim pelo blogueiro Chico Gregório, em relação aos barreiros que estão sendo construídos em Jucurutu.
Em primeiro lugar, não falei hora alguma que as ações seriam realizadas com recursos próprios do município ou com contrapartida, em relação ao Programa Água para Todos (PAT). Vejam o que escrevi: “no mês de agosto do ano passado (2016), a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH), firmou um Termo de Cooperação Técnica com 50 prefeituras do Rio Grande do Norte. O então prefeito George Queiroz assinou esse termo dando total apoio à equipe técnica da SEMARH nas visitas in loco, já que o município foi contemplado com 3 Sistemas Simplificados de Abastecimento e 5 Barreiros”.
Chega a ser irônico falar em “paternidade”, quando ações dessa natureza requerem meses entre a implantação do projeto pelo governo e a concretização da realização das obras decorrentes dele. Se alguém ainda tem dúvida sobre quem viabilizou essa iniciativa, basta raciocinar e constatar que o PAT não foi criado em 2017 e muito menos os municípios foram escolhidos agora. Tudo ocorreu em 2016, conduzido pelo prefeito George Queiroz.
Além disso, as obras do PAT se iniciaram no mês de setembro de 2016 e, como falei, 50 municípios estão sendo contemplados com esse programa, onde as empresas que venceram a licitação é que fazem o cronograma de execução das obras nas cidades beneficiadas. Não nos cabia à imposição de começar por Jucurutu. Ocorre que o blogueiro não publicou que as 3 comunidades que foram beneficias com o Sistema Simplificado de Abastecimento, foram iniciadas ainda na gestão do então Prefeito George Queiroz, mesmo tendo os poços tubulares não apresentado qualidade satisfatória, e agora as comunidades estão aguardando novas perfurações como retrata o Programa.
Para o blogueiro dizer o que disse, das duas uma: ou ele não entende nada sobre gestão pública ou havia interesses questionáveis na veiculação da matéria que escreveu, já que é pouco provável que alguém com vasta experiência política, desconheça o funcionamento da coisa pública – talvez haja motivação pouco republicana por trás dessa agressão gratuita desferida contra minha pessoal. Afinal, o blogueiro esqueceu algo básico no mundo comunicação: ouvir os 2 lados antes de publicar uma matéria. Ao contrário disso, ele comportou-se não como um profissional formador de opinião, mas semelhante a um advogado, quando em defesa de um cliente seu. E detalhe: como já frisado, fez isso sem nunca ter me dirigido a palavra.
No documento encaminhado pelo presidente da Câmara, Raniere Barbosa (PDT), ao prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PDT), está o questionamento sobre a autorização para aumentar a tarifa do transporte coletivo da capital.
É que a Câmara alega que o aumento foi autorizado, via publicação no Diário Oficial, quando o prefeito estava nos Estados Unidos, tornando assim, o ato sem efeito.
Para Raniere, a Lei Orgânica reza que o prefeito pode se afastar por até 15 dias sem a autorização da Câmara, mas desde tenha transmitido o cargo ao vice ou outro na linha de sucessão do município.
Como viajaram o prefeito e o vice Álvaro Dias (PMDB), o cargo tinha que ter sido transmitido ao presidente da Câmara.
Que em vez do cargo, recebeu o desprestígio dos aliados.
Via Thaisa Galvão.
Em seu voto vista, a juíza Micheline Jatobá se posicionou contra a cassação do governador Ricardo Coutinho durante o julgamento de Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), no Tribunal Regional Eleitoral (TER-PB) de que o socialista fez uso político da PBPrev nas eleições de 2014.
De acordo com a juíza, o pagamento de não teve a capacidade de influenciar o pleito eleitoral. Portanto, segundo a juíza, não caberia a perda do mandatos de Ricardo e da vice-governadora Lígia Feliciano.
Outros dois membros da Corte Eleitoral já emitiram voto no processo, sendo um contra e outro a favor da cassação.
O julgamento da ação foi iniciado na última segunda-feira, mas interrompido após pedido de vista da juíza Micheline Jatobá.
O relator do processo, desembargador Romero Marcelo votou contra a cassação do governador, já o juiz Márcio Maranhão se posicionou pela cassação de Ricardo Coutinho.
Breno Wanderley também conclui seu voto pela improcedência da AIJE da Pbprev, protocolada pelo senador Cássio para cassar o governador
Após o voto de Breno, o juiz-membro pediu vista da AIJE da Pbprev, para melhor análise. O processo deve ser analisado na próxima sessão.
Em seu parecer, o Ministério Público destacou uma série de irregularidades praticadas nas eleições de 2014 e se posicionou pela cassação e inelegibilidade do governador.
Via Mais PB e Polêmica Paraíba
As comportas do Açude de Coremas foram abertas há uma semana para perenizar o Rio Piancó-Piranhas-Açu no sertão do Estado. O Comitê de Bacias da Agência Nacional das Águas (ANA) decidiu também fechar as comportas do Açude Mãe d’Água, também em Coremas, cujas águas eram utilizadas para perenizar os rios que agora estão recebendo as águas do outro reservatório.
De acordo com João Fernandes, diretor-presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), o Açude de Coremas está “soltando inicialmente apenas 500 litros por segundo”.
No começo do ano o volume do Açude de Coremas estava em 13 milhões de m³ e hoje já alcança mais de 49 milhões de m³, de acordo com João Fernandes. Já o volume total do açude Mãe d’Água é um pouco superior a 31 milhões de m³. O aumento do volume no Açude de Coremas deve-se às recorrentes chuvas que têm caído na região. Apesar disso, o reservatório de água ainda permanece em observação pela Aesa, já que está com apenas 8,3% de seu volume total.
A água que sai dos açudes atende 26 municípios paraibanos com prioridade ao consumo humano, animal e urbano. Os quatro municípios do Rio Grande do Norte que eram abastecidos pela bacia paraibana não recebem mais as águas de Coremas, já que agora foi construída uma adutora para suprir o consumo da região.
Uma criança de 12 anos foi flagrada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) dirigindo um carro da prefeitura de Areia de Baraúnas, Sertão do estado, nessa segunda-feira (24). O flagrante foi feito em trecho da BR-230 em Patos.
De acordo com a PRF, a criança estava acompanhada por homem, que disse ser motorista da prefeitura e padrinho do garoto. Ele alegou que estava ensinando o afilhado a dirigir.
Os agentes da PRF deram voz de prisão ao adulto pelo crime de trânsito de permitir, confiar ou entregar direção de veículo automotor a pessoa não habilitada. A pena para este crime é de seis meses a um ano de detenção. O valor da multa para esta infração é de R$ 880,41. Ele foi enquadrado também no crime de peculato, pelo qual, caso seja condenado, poderá pegar de dois anos a 12 anos de reclusão, além de multa.
Belas imagens aérea da Construção da Barragem das Oiticicas no município de Jucurutu, que após ser concluída ,
beneficiará várias cidade do Seridó do RN, entre eles, Caicó, São Fernando, Timbaúba, Serra Negra do Norte, vai
terá uma capacidade de armazenamento de água em torno de 600 Milhões de Metros Cúbicos de Água.
Com a chegada das águas da transposição do Rio São Francisco, esses reservatório sera a segurança hídrica de todas
as cidade que fazem parte da região nesse polo de Caicó.
O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes – que não aparece na lista do Fachin nem na lista do filho da Miriam Leitão – , foi à Universidade de Lisboa para dar uma palestra na última sexta-feira, 21.
E denunciou outro episódio da série “não vem ao caso”, protagonizada pelo Juiz Sergio Moro:
O Palocci foi à República depor. Lá pelas tantas, respondendo a perguntas de seu próprio advogado, portanto bem ensaiadinho, disse assim: “Um belo dia, um banqueiro, um grande banqueiro, me procurou para adminstrar uma provisão de dinheiro – R$ 200 milhões da Odebrecht”. E o juiz diz assim, ao fundo, o Moro: “O que é que isso tem a ver com a Odebrecht?”. “Não, eu vou explicar. O Marcelo Odebrecht tinha feito uma provisão e o Lula ficou zangado com essa história. E o banqueiro, um grande banqueiro, eu disse pra ele: ‘Não, eu cuido disso. Você é um banqueiro importante, por que não trata direto com o Marcelo Odebrecht?’. Hoje, na imprensa brasileira não tem uma linha que estabeleça natural curiosidade de dizer quem é este banqueiro – sendo que, no Brasil, o sistema financeiro concentrou de forma tal que tem cinco e, se for grande, tem dois. Um dos dois é muito velhinho e não anda fazendo essas armações, que é o Dr. Lázaro Brandão. Ôpa! Houston, we have a problem...
Via Conversa Afiada.
Foto: cedida
Manifestação contra a Terceirização por volta das 8h30 desta segunda-feira(24) em frente ao apartamento do deputado Rogério Marinho(PSDB), no bairro de Petrópolis, na Zona Leste da capital potiguar, com presença de servidores públicos e sindicalistas.
Aos gritos e com carros de som, manifestantes ainda realizam buzinaço em frente do imóvel do parlamentar, na rua Floriano Peixoto.
Blog do BG:
A município de São Fernando tem uma situação curiosa, existem vários imóveis pertencentes ao município, em torno de vinte, que servem de residências para várias pessoas, inclusive autoridades constituídas, essas pessoas se apossaram dos prédios públicos a vários anos, enquanto a edilidade paga aluguel para alojar serviços municipais.
Até quando o prefeito Polion Maia vai conviver com esse tipo de situação, ou vai exigir via Ministério Público que esses imóveis sejam desocupados pra servir aos interesses do executivo, ou mesmo fazer um contrato de locação com moradores, pois não é justo um residência construída com dinheiro público servir de residência para particulares.
Segundo se informa tem até vereador residindo em imóvel pertencente ao poder público municipal, o que pode caracterizar improbidade administrativa até dos próprios gestores municipais.
O Estado de S.Paulo
A fidelidade dos deputados federais às orientações do governo Michel Temer no Legislativo vem caindo de maneira constante desde o fim do ano passado. Se em julho de 2016 a média de apoio ao governo na Câmara dos Deputados foi de 91% – o maior índice de governismo já registrado desde 2003 –, em abril deste ano essa taxa caiu para 79%, uma queda de 12 pontos porcentuais.
Os dados são do Basômetro, ferramenta interativa do Estadão Dados que coleta todas as votações nominais ocorridas no Congresso e compara os votos dos deputados com as orientações do governo. Segundo o levantamento, o fim da lua de mel entre Temer e os parlamentares ocorre no exato momento em que algumas das medidas mais importantes para o governo estão prestes a entrar na pauta, como as reformas da Previdência e trabalhista.
Declaradamente disposto à concorrer ao Planalto nas próximas eleições, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem usando sua cota parlamentar para custear as viagens pelo Brasil em que já se apresenta como pré-candidato à Presidência em 2018.
De acordo com as regras da Câmara, a cota deveria reembolsar apenas viagens e despesas do mandato, sendo vedados quais quer “gastos de caráter eleitoral”.
As informações são de reportagem de Thais Bilenky na Folha de S.Paulo.
“O conteúdo das falas de Bolsonaro, contudo, é explicitamente voltado à disputa de 2018, em que aparece com 9%, segundo mostrou o Datafolha em dezembro.
Nos últimos cinco meses, ao menos seis viagens em que o deputado tratou publicamente de sua intenção de concorrer ao Planalto foram custeadas pela Câmara. Somam R$ 22 mil.
Mesmo em cidades onde ele não deu palestras, um roteiro se repetiu: chegada no aeroporto recepcionado por uma claque aos gritos de ‘mito’ e ‘Bolsonaro presidente’.
O deputado nega estar em campanha e atribui as viagens à participação na Comissão de Segurança Pública da Câmara –onde é suplente
Em novembro, a Câmara gastou R$ 2.500 para Bolsonaro ir ao Recife, onde deu palestra na Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados. Foi apresentado como ‘futuro presidente do Brasil, o nosso mito’. Na ocasião, Bolsonaro disse que ‘vamos ganhar em 2018, porque somos a maioria no Brasil, homens de bem”‘
Dias depois, ele viajou a Boa Vista (RR) por R$ 4.500, acompanhado de um assessor, cujas passagens, de R$ 4.000, também foram pagas com a cota parlamentar.
Lá, deu entrevistas e uma palestra promovida pelos sindicatos dos policiais civis e o dos federais de Roraima. No aeroporto, falou da necessidade de controlar a entrada de venezuelanos no Estado.”
De Luís Nassif, hoje, no GGN, juntando as peças do quebra-cabeças amalucado que resultou na delação de Léo Pinheiro, da OAS, sobre o triplex “Viúva Porcina” – o que foi sem nunca ter sido” – de Lula, que não é dele, no Guarujá:
Luís Nassif, no GGN
Talvez a rapaziada seguidora da novilíngua da Internet não saiba o significado da palavra “marmelada” – não o doce. Significa combinar de forma desonesta com o adversário o resultado final.
Entenda como se montou a marmelada do tríplex de Guarujá – cuja propriedade é atribuída a Lula.
O maior abuso cometido hoje em dia contra o Estado de Direito é o instituto da delação premiada. É escandalosa a sem-cerimônia com que a delação é manipulada pela Lava Jato, pelo PGR Rodrigo Janot e pelo juiz Sérgio Moro. É o maior argumento em defesa da Lei Antiabuso.
Em um processo, há os dois lados: a acusação e a defesa. E o juiz arbitrando o jogo.
Na teoria, o procurador não é exclusivamente a pessoa da acusação, mas o que busca a verdade. Só na teoria. Na prática, é como o delegado que não quer estragar um grande caso descobrindo a inocência do réu, ou o jornalista que não quer estragar a manchete com dúvidas sobre a culpa do suspeito.
O MPF só aceita a delação de quem diz o que ele, procurador, quer ouvir. O réu não pode dizer mentiras factuais. Mas nada impede que avance em ilações falsas sobre fatos – que é uma forma mais inimputável de mentir – ou afirmações não comprováveis e que, por isso mesmo, podem ser manipuladas ao seu gosto. O melhor, ao gosto do procurador.
Vamos entender melhor esse jogo de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, com a Lava Jato-Procurador Geral da República. Esta semana, Léo declarou que Lula é o verdadeiro proprietário do tríplex de Guarujá, apesar dos advogados de Lula terem mostrado escrituras comprovando que a OAS continua como única proprietária do tríplex
O lance Léo Pinheiro foi cantado no dia 29 de agosto do passado ((https://goo.gl/Pt4xbA), quando o Procurador Geral Rodrigo Janot intempestivamente suspendeu as negociações para a delação com base em um motivo ridiculamente primário: uma denúncia anódina contra o Ministro Dias Toffolli, publicado pela revista Veja, e imediatamente atribuída por Janot a Léo – sem nenhuma comprovação.
A delação de Pinheiro comprometia fundamentalmente os governos de Geraldo Alckmin e José Serra, relatando o sistema de propinas em obras públicas estaduais. Até então, o que se sabia das delações da Odebrecht é que se limitavam a relatar financiamentos de campanha por caixa 2 e que Léo Pinheiro avançaria expondo sistemas de propinas.
Escrevi na época:
“Versão 1 – o PGR acusou advogados da OAS de terem vazado parte do pré-documento de delação de Léo Pinheiro, com o intuito de pressionar para que a delação fosse aceita. (…) A versão não se sustenta porque, além de ser ilógica – é evidente que o vazamento comprometeria a delação (…)
Versão 2 – imediatamente Janot suspendeu as negociações para a aceitação da delação do presidente da OAS, Léo Pinheiro. Para justificar a não tomada de decisão ante as 17 delações anteriores vazadas, alegou que a de Toffoli era diferente, porque a informação não existia. Ou seja, tratou drasticamente um vazamento irrelevante (porque, segundo ele, de fatos que não existiam) e com condescendência vazamentos graves.
Na atual edição de Veja, tenta-se emplacar uma nova versão: a de que o anexo (com o suposto vazamento) existia, mas não constava da pré-delação formalizada. Como fica, então, o argumento invocado para livrar os procuradores da suspeita de vazamento?
(…) No dia 11 de agosto passado, a sempre atilada Mônica Bérgamo deu pistas importantes para entender os últimos episódios (http://migre.me/uMCbH)”
“A revelação feita pela Odebrecht sobre dinheiro de caixa dois para o PMDB, a pedido de Michel Temer, e para o tucano José Serra (PSDB-SP) tem impacto noticioso, mas foi recebida com alívio por aliados de ambos. Como estão, os relatos poupam os personagens de serem enquadrados em acusações mais graves, como corrupção e formação de quadrilha.
(…) Neste final de semana, Veja traz o conteúdo total da pré-delação de Léo Pinheiro.
Há informações seguras de pelo menos um depósito na conta de Verônica Serra. Esse depósito não aparece na pré-delação da OAS divulgada pela Veja. Talvez apareça mais à frente, quando se avançar sobre os sistemas de offshore”.
Há a necessidade de ler a íntegra da próxima delação de Pinheiro, para uma avaliação melhor sobre a maneira como relatará os esquemas de São Paulo. Mas é fora de dúvida de que, para conseguir se livrar da prisão, Léo Pinheiro teve que se propor a entregar Lula.
Esta semana, as informações sobre o tríplex de Guarujá foram prestadas por ele ainda sem constar do acordo de delação. Mas, antes do início do depoimento, fontes da Lava Jato já antecipavam seu conteúdo, o que significa que já haviam chegado a um entendimento, visando o objetivo central da operação: inviabilizar a candidatura de Lula para 2018.
No depoimento prestado a Moro, Pinheiro faz um relato inverossímil das ligações com Lula.
Dizer que financiou o PT é verossímil, assim como o apoio dado ao Instituto Lula. É verossímil também que teria aceitado assumir o edifício do tríplex, por saber que o casal Lula tinha uma cota em seu nome. Afinal, quem não gostaria de ter um edifício tendo como um dos proprietários de imóvel um ex-presidente da República. É igualmente verossímil que tenha convidado o casal Lula-Marise a visitar o edifício, para ver se se interessavam pelo apartamento.
A partir daí, não há um elemento sequer que comprove que Lula ficou com o tríplex. Lula declarou ter visitado o edifício, não ter gostado do apartamento e não ter ficado com ele.
Há uma montanha de testemunhas e documentos comprovando que a OAS permaneceu como proprietária do edifício.
Mas os brilhantes Sherlocks da Lava Jato transformaram o tríplex em questão de honra. Como é um caso mais ao alcance do chamado telespectador comum, a comprovação da posse do tríplex tornou-se uma obsessão.
Por conta dessa obsessão, já quebraram a cara ao descobrir que estava em nome de uma conta do escritório Mossak Fonseca. Promoveram o maior alarido, invadiram o escritório da Mossak, acessaram seu banco de dados e levaram duas pancadas simultâneas. A primeira, a constatação de que a offshore dona do tríplex era da OAS mesmo; a segunda, ao descobrir uma offshore de propriedade da família Marinho, da Globo.
Numa só tacada inocentaram o alvo e comprometeram o aliado.
Foi um custo varrer o elefante para baixo do tapete.
Agora, Léo Pinheiro aparentemente cedeu e entregou a encomenda pedida.
Mas há um jogo curioso montado.
De um lado, deu declarações que, sem provas, não têm o menor valor penal. As provas, segundo antecipou o jornal O Globo, são terrivelmente ridículas: comprovações de reuniões com Lula, de telefonemas a funcionários do Instituto Cidadania. Junto, as delirantes provas colhidas pelos Sherlocks da Lava Jato que identificaram quatro (!) viagens em um ano de carros do Instituto até Guarujá.
Fica-se assim, então:
1. As declarações de Pinheiro garantem alguns dias de cobertura intensiva no Jornal Nacional, preparando o ambiente para uma próxima condenação de Lula.
2. Mas Pinheiro não entrega nenhuma prova comprometedora contra Lula, nem no caso do tríplex (que não deve ter mesmo), nem em nenhum outro caso relevante.
Além disso, o Código Penal proíbe que uma pessoa seja julgada duas vezes pela mesma acusação. E o caso do tríplex já foi julgado e anulado pela Justiça estadual de São Paulo, apresentada pelos procuradores estaduais.
Ou seja, a grande armação visando ou a prisão ou acelerar a condenação de Lula é ridiculamente frágil.