19/05/2017
10:35

O presidente Michel Temer estuda fazer um novo pronunciamento nesta sexta-feira (19).

Ele discute o assunto com assessores após a divulgação dos áudios da delação de Joesley Batista, da JBS.

Além disso, o presidente também estuda medidas judiciais contra o empresário e recorrer ao Supremo Tribunal Federal com autorização de abertura de inquérito dada pelo ministro Edson Fachin.

Nesta quinta-feira (18), Temer recebeu no Palácio do Jaburu o advogado Antonio Claudio Mariz.

Via Plantão Brasil

Publicado por: Chico Gregorio


19/05/2017
08:06

Pronunciamento do Presidente foi tentativa de ganhar tempo, mas o tom da fala não escondeu a falta de sustentação política

michel temer

Temer, presidente

O pronunciamento do presidente Michel Temer foi uma tentativa de ganhar tempo, mas o tom taxativo que ele tentou empregar à fala não eliminou a falta de sustentação política instantânea que atingiu o governo depois da revelação das primeiras informações das delações de Joesley Batista e demais colaboradores do grupo JBS.

Temer apostou na divulgação dos áudios da conversa gravada por Joesley com ele para tentar negar que tenha avalizado o pagamento de mesada a Eduardo Cunha ou indicado o deputado e ex-assessor Rodrigo Rocha Loures como intermediário para a negociação de interesses da holding mediante pagamento de propina.

De fato, a transcrição do áudio é menos literal do que o divulgado inicialmente quanto ao suposto aval de Temer ao pagamento para calar Cunha mesmo depois de preso.

A frase de Temer – “Tem de manter isso, viu?” – é dita depois de Joesley relatar que está se “dando bem” com Cunha. A má qualidade da gravação não permite afirmar com certeza que Temer sabia que se tratava de pagamento. A falta de um vídeo impede saber se houve algum gesto indicando pagamento e uma frase do peemedebista é inaudível.

Ainda assim, o conjunto da conversa é gravíssimo e avassalador para o presidente. Ele ouve o empresário relatar crimes em série, como o pagamento de propina a um procurador da República para obstruir investigações, ou o “controle” de dois juízes com o mesmo fim, e nem sequer o admoesta. Também não toma providências posteriores. No mínimo, cometeu o crime de prevaricação.

Há que se analisar, ainda, o resto do conjunto probatório de posse do STF, no qual se baseou o ministro Edson Fachin para deferir a abertura de inquérito contra o presidente.

O flagrante de recebimento de propina por Rodrigo Rocha Loures depois de ter sido designado por Temer como interlocutor é igualmente letal para o presidente.

Temer adiou a renúncia, mas os desdobramentos da delação podem torná-la inexorável em poucas horas. Ele até pode refutar a literalidade das gravações, mas o derretimento político do governo não depende mais disso.

Publicado por: Chico Gregorio


19/05/2017
08:04

Levantamento obtido pelo ‘Estado’ aponta que os parlamentares podem se mostrar ainda mais sensíveis aos apelos da população

José Aldenir / Agora Imagens

Protesto contra reformas em Natal

Embora aliados do presidente tentem assegurar que a reforma da Previdência terá o apoio necessário para ser votada na Câmara dos Deputados, o diagnóstico dos debates sobre a proposta nas redes sociais já mostra o impacto das recentes acusações contra o presidente Michel Temer sobre essas interações.

Se antes o governo já estava perdendo a batalha da comunicação, segundo os próprios integrantes da base, desde ontem a expressão “Cassação da chapa Dilma-Temer” passou a ganhar destaque nas postagens relacionadas à reforma da Previdência, segundo levantamento obtido pelo Estadão/Broadcast.

Neste momento de ebulição política, a avaliação do resultado é de que os parlamentares podem se mostrar ainda mais sensíveis aos apelos da população contra as mudanças nas regras de aposentadoria. Por isso, manifestações contrárias em peso como foi verificado representam grande empecilho, apontou o coletivo Casa da Amendoeira, formado por especialistas em comunicação e autor do monitoramento. “O governo tenta aparentar normalidade, mas, mais uma vez, perde a guerra da comunicação virtual”, diz o texto.

O próprio relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), defendeu na noite desta quinta-feira, 18, a paralisação do andamento da proposta. “Certamente, não há espaço para avançarmos com a Reforma da Previdência no Congresso Nacional nessas circunstâncias”, disse em nota. O relator citou o “cenário crítico, de incertezas e forte ameaça da perda das conquistas alcançadas”.

Desde o início, “Fora Temer” já era um termo recorrente nas discussões sobre a proposta. Agora, ele ganhou força e começa a ser usado para pedir a renúncia do presidente. A coleta de dados ocorreu entre os dias 1º de janeiro e 17 de maio em nove tipos de mídias sociais. O número de postagens com referências à reforma da Previdência chegou a 830.591, a maior parte delas no Facebook. A estimativa é de que esses comentários alcançaram até 184,9 milhões de pessoas.

Publicado por: Chico Gregorio


19/05/2017
08:02

Procurador-geral afirmou: “Joesley fala que segue pagando propina ‘todo mês, também’ a Eduardo Cunha, acerca da qual há a anuência do presidente da República”

Michel Temer e Joesley Batista

RIO – Os áudios gravados por Joesley Batista, da JBS, revelam que o presidente Michel Temer (PMDB) ouviu, sem fazer objeção e nem depois reportar aos órgãos competentes, um relato de um empresário — dono de um grupo que foi alvo de cinco operações da Polícia Federal em menos de um ano — com detalhes sobre mecanismos usados por ele para obstruir a Justiça, como a cooptação de juízes e procuradores. Temer também escutou, sem repreender o interlocutor, declaração sobre pagamentos ilegais ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB).

No documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), no qual solicitou a abertura de inquérito para investigar Temer, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou: “Joesley fala que segue pagando propina ‘todo mês, também’ a Eduardo Cunha, acerca da qual há a anuência do presidente da República”. Cunha está preso desde outubro do ano passado e, em março deste ano, foi condenado pelo juiz Sergio Moro a mais de 15 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A conversa de Joesley com Temer foi gravada em março, no Palácio do Jaburu. Quando o empresário questionou o presidente sobre a relação com o presidiário Cunha, Temer afirmou que o ex-deputado “resolveu fustigá-lo” ao enviar perguntas, no âmbito de um dos processos que correm na Justiça Federal do Paraná, que relacionavam o presidente com réus e condenados da Lava-Jato. Temer foi arrolado por Cunha como testemunha de defesa, mas o juiz Moro indeferiu 21 das 41 perguntas feitas pelo ex-deputado ao presidente.

Em outro momento da conversa, o empresário afirmou que “está de bem com o Eduardo”. Temer disse: “Tem que manter isso, viu?”. Após um trecho inaudível, Joesley emendou: “Todo mês, também”. E Temer respondeu: “É”.

INTERFERÊNCIA EM INVESTIGAÇÕES

Há também uma referência ao doleiro Lucio Funaro, outro preso pela Lava-Jato. Na conversa, a menção aos repasses de propina não fica clara, mas a Polícia Federal filmou, em uma “operação controlada”, a irmã de Funaro recebendo R$ 400 mil de um diretor da JBS. Aos procuradores, Joesley afirmou que a mesada a Cunha era entregue a Altair Alves Pinto, homem de confiança do ex-deputado — a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do operador.

Em um dos trechos mais explosivos da conversa, Joesley relata a Temer que está interferindo nas investigações contra ele, ao que o presidente responde “Ótimo, ótimo”.

O diálogo ocorreu da seguinte maneira: após uma fala inaudível de Temer, o empresário disse que é investigado, mas não havia sido denunciado pelo Ministério Público. O presidente Michel Temer reforçou:

— Não tem a denúncia.

— Isso, isso. Investigado. Eu não tenho ainda a denúncia. Eu dei conta de um lado o juiz. Dá uma segurada. De outro lado, o juiz substituto, que é um cara (inaudível) — contou Joesley.

— Tá segurando os dois? — perguntou Temer .

O empresário confirmou:

— Tá segurando os dois.

Ao que o presidente responde:

— Ótimo, ótimo.

E Joesley segue:

— Eu consegui o delator dentro da força-tarefa, que está… também está me dando informação. E lá que eu estou… Dá conta de trocar o procurador que está atrás de mim. Se eu der conta, tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dou uma esfriada até o outro chegar e tal. O lado ruim é que se vem um cara com raiva, com não sei o quê…

Após um trecho inaudível do áudio, Joesley insistiu no assunto:

— O (procurador) que está me ajudando tá bom. Beleza. Agora o principal é o que está me investigando. Eu consegui (inaudível) um no grupo. Agora “tô” tentando trocar…

— O que está (inaudível) — disse Temer.

— Isso. Estou nessa. Então, está meio assim. Ele (procurador responsável pelas investigações) saiu de férias. Até nessa semana saiu um burburinho que iam trocar ele. Não sei o quê. Eu fiquei com medo… Mas, tudo bem. Eu estou contando essa história só para falar que… Eu estou me defendendo aí. Estou me segurando e tal… os dois lá, tudo bem.

GRAVAÇÃO TEM 38 MINUTOS

Além de delator da Lava-Jato, Joesley é investigado pela operação Greenfield. O áudio não deixa claro quem é o procurador citado por Joesley, mas o procurador Angelo Villela foi preso pela Polícia Federal, suspeito de passar informações sigilosas a Joesley. Agentes da PF fizeram operação de busca e apreensão no gabinete do Ministério Público no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os áudios fazem parte da delação premiada de Joesley, antecipada com exclusividade pelo colunista Lauro Jardim, do GLOBO. A colaboração foi homologada pelo STF. A gravação tem 38 minutos. No início da conversa, o empresário procurou mostrar apoio em meio ao momento de crise econômica e política e afirmou ao presidente:

— Estamos juntos.

Em seguida, Joesley levou a conversa em direção a Eduardo Cunha.

— Como o senhor “tá” nessa situação toda do Eduardo (Cunha), não sei o quê, Lava-Jato… — indagou.

O presidente demonstrou insatisfação com a postura do aliado:

— O Eduardo resolveu me fustigar, né. Você viu que…

— Eu não sei, como “tá” essa relação? — insistiu Joesley.

Temer, então, fez referência a um ato de Cunha em um dos processos da Lava-Jato:

— O (Sergio) Moro indeferiu 21 perguntas dele (Cunha) que não tinham nada a ver com a defesa dele, era para me trutar. Eu não fiz nada (inaudível)… No Supremo Tribunal Federal (inaudível).

O empresário passou a detalhar a relação com Eduardo Cunha:

— Eu queria falar assim… Dentro do possível, eu fiz o máximo que deu ali, zerei tudo. O que tinha de alguma pendência daqui para ali (com Cunha), zerou toda. E ele (Cunha) foi firme em cima. Já tava lá, veio, cobrou, tal tal tal, pronto. Eu acelerei o passo e tirei da frente. O outro menino, companheiro dele que “tá” aqui, que o (ex-ministro) Geddel (Vieira Lima) sempre “tava”…

— Lucio Funaro… — interrompeu Temer.

—Isso… O Geddel que andava sempre ali, mas o Geddel perguntou, mas com esse negócio eu perdi o contato, porque ele virou investigado — explicou Joesley.

— É, é complicado, né, é complicado… — completou Temer.

Joesley ponderou que, por Geddel ser investigado, não poderia encontrá-lo. Temer o advertiu:

— Isso é obstrução de Justiça, viu? — disse Temer, numa espécie de aconselhamento. Geddel, citado nas delações da Lava-Jato, deixou o governo por um outro escândalo, quando foi revelado que tentou interferir para liberar um empreendimento imobiliário milionário em Salvador, no qual ele tinha comprado um apartamento.

—Isso, isso… O negócio dos vazamentos, o telefone lá do Eduardo, do Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, a não sei o quê. Eu tô lá me defendendo. Como é que, o que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo… — reforçou Joesley.

Temer endossou a posição do empresário.

— Tem que manter isso, viu? — diz o presidente, em possível referência à compra de silêncio de Cunha.

Publicado por: Chico Gregorio


19/05/2017
07:59

A empresa JBS, dona da marca Friboi, há algum tempo já é a maior produtora de carne bovina e a maior processadora de proteína animal do mundo. Mas desde o ano passado, acrescentou mais um título à sua coleção de superlativos. Após um aumento de 30% nas vendas, superou a Vale para se tornar a maior empresa privada do Brasil.

A diversificação geográfica e de produtos explica a resiliência à estagnação da economia brasileira, segundo o presidente da empresa, Wesley Batista. Parte das operações da JBS está nos EUA, o que significa um grande faturamento em dólar. Além disso, se a crise faz o brasileiro deixar de comer carne bovina, impulsiona o consumo de frango – também produzido pela JBS.

Fundada pela família Batista em Anápolis, Goiás, a JBS tem uma história de sucesso incontestável, mas permeada por algumas polêmicas. Hoje, também é a maior doadora de campanha do país, tendo contribuído com mais de R$ 300 milhões só nas eleições de 2014.

Qual o objetivo das doações? “Fazer um Brasil melhor”, promete Batista, em entrevista exclusiva à BBC Brasil. Mas se o objetivo é esse, investir em político não é arriscado? “Sem dúvida”, admite, acrescentando que o risco “faz parte”.

Em uma conversa na sede da empresa, em São Paulo, Batista falou sobre a relação da JBS com o BNDES, a Lava Jato e os rumores de que o filho do ex-presidente Lula, Fábio Luis da Silva, conhecido como Lulinha, seria um sócio oculto de sua empresa. Confira:

BBC Brasil – Pedi para um taxista me trazer na JBS e ele perguntou: A empresa do Lulinha? Qual a origem desses rumores?

Batista – (Risos) Vamos ter de fazer uma reunião com taxistas, porque já ouvi isso de muita gente. Talvez organizar um evento com o sindicato para eles pararem com essa palhaçada. Essa conversa é absurda e sem nexo. É difícil dizer de onde saem (esses rumores). A impressão que temos é que foram plantados em campanhas por adversários políticos (do PT). Parece que foi um site específico…

Mas não é só isso. Nossa empresa tem uma história. Meu pai começou esse negócio do nada, sessenta e poucos anos atrás. Quando (o presidente) Juscelino (Kubitschek) decidiu erguer Brasília, meu pai foi vender carne para as empresas que estavam construindo a cidade em uma precariedade danada. Trabalhou duro, fez uma reputação. E, sem falsa modéstia, somos bem-sucedidos no que fazemos.

Não sei se é um tema cultural, mas se você pesquisar vai achar vários empresários bem-sucedidos acusados de receber ajuda. Parece que no Brasil há uma dificuldade de se reconhecer que alguém pode crescer por ser competente ou por força do seu trabalho – e não por sorte ou porque é testa de ferro ou sócio de alguém.

BBC Brasil – Como assim?

Parece que no Brasil há uma dificuldade de se reconhecer que alguém pode crescer por ser competente ou por força do seu trabalho

Batista – Há quinze anos, em Goiás, quando éramos muito menores, você ia achar muitos taxistas dizendo que (a JBS, na época Friboi) era do Íris Rezende, que foi governador do Estado várias vezes. Era parecido com essa história do Lulinha. Sempre crescemos muito e as pessoas tinham de achar uma justificativa: “como eu não cresço e o outro cresce?”.

Aqui neste lugar (sede da JBS) funcionava o escritório do Bordon, que chegou a ser uma das maiores empresas de carne bovina do Brasil. O Bordon por muitos anos “foi” do Delfim Neto (ex-ministro da Fazenda). Quer dizer, foi enquanto ia bem. Quando começou a ir mal ninguém mais falava que era do Delfim.

Talvez isso (rumores) tomou uma proporção maior pelo tamanho que a empresa ganhou. E em função das redes sociais. Mas o que a JBS tem feito é fruto do trabalho e das pessoas competentes que tem aqui dentro.

BBC Brasil – Como é sua relação com Lula?

Batista – Lula foi presidente por oito anos. Só o encontrei uma vez nesse período, em uma reunião setorial no palácio, com 30 pessoas na sala, ministros, CEOs, etc. Não tenho certeza sobre meu irmão (Joesley Batista), mas acho que ele nunca encontrou o Lula quando ele era presidente. Fomos conhecê-lo depois, porque nos chamaram no Instituto Lula justamente para explicar isso (os rumores). Eles perguntaram: “Que diabos é isso? São vocês que estão falando isso?” Respondemos: “De jeito nenhum, presidente Lula, achamos isso um negócio sem pé nem cabeça.”

No total, encontrei o Lula três vezes depois que ele deixou a Presidência. Teve um evento de uma revista em um hotel. Sentei na mesa, ele estava almoçando. E teve outra vez em uma inauguração de alguma coisa. Essa é a relação. É muito distante.

BBC Brasil – E com o Lulinha?

Batista – Nunca vi o Lulinha na minha vida. Sei quem ele é por foto na internet. Um amigo um dia falou: “Wesley, ele é parecido com você”. Eu respondi: “Tá louco!” Aí fui olhar. Mas nunca apertei a mão do Lulinha. Meu irmão encontrou ele uma vez em um evento social, uma festa. Uma pessoa que estava lá ainda brincou: “Vem cá que eu vou te apresentar teu sócio. O sócio que você não conhece…”. Aí meu irmão disse: “Rapaz… o povo fala que somos sócios e nunca nem tinha te visto”.

Publicado por: Chico Gregorio


19/05/2017
07:52

POR JOSIAS DE SOUZA

Data: 7 de março de 2017. Local: Palácio do Jaburu. Quando o amigo Joesley Batista, expressando-se num idioma muito parecido com o português, pediu a Michel Temer que indicasse a melhor maneira “pra mim falar contigo”, o presidente não teve dúvida: “É o Rodrigo.” O dono do JBS, maior frigorífico do mundo, gigante do caixa dois e das propinas, soou como se aprovasse o preposto. “É o Rodrigo? Ah, então ótimo.” E Temer: “É da minha mais estrita confiança.”

Corta para a Pizzaria Camelo, no elegante bairro paulistano dos Jardins. Noite do dia 28 de abril de 2017. O deputado federal Rodrigo da Rocha Loures (PMDB-PR) —o “Rodrigo” que Temer credenciara como seu intermediário— foi seguido e fotografado pela Polícia Federal recebendo de Ricardo Saud, diretor do Grupo JBS, o conglomerado de Joesley, uma mala contendo R$ 500 mil. Era propina, informou a Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal.

Sem saber que Joesley escondia um gravador no bolso do paletó, Temer caiu numa cilada. Recepcionou no Jaburu não o amigo, mas um delator. Manteve com ele uma conversa vadia de 33 minutos. Nela, estimulou o interlocutor a conservar as boas relações monetárias que mantém com o presidiário Eduardo Cunha. Ouviu relatos sobre a compra das consciências de um par de juízes e um procurador da República. Como se fosse pouco, Temer autorizou o visitante a utilizar o seu nome para pressionar o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) a se “alinhar” aos interesses de sua empresa.

A conversa rendeu a Joesley e seu irmão Wesley um acordo de delação cujo prêmio incluiu um exílio dourado em Nova York. Quanto a Temer, o áudio resultou num rebaixamento político que o transportou da posição de presidente da República para a condição de protagonista de um inquérito criminal no Supremo. Ao escutar o áudio, liberado nesta quinta-feira pelo ministro Edson Fachin, da Suprema Corte, Temer celebrou: “A montanha pariu um rato.” Ficou demonstrado que, em Brasília, o pior cego é aquele que não quer ouvir.

Com interesses em guichês tão estratégicos quanto Receita Federal, Banco Central e BNDES, Joesley queixou-se a Temer de Henrique Meirelles. Embora estivesse na folha salarial de sua empresa antes de virar ministro da Fazenda, Meirelles vem refugando as demandas do ex-patrão. E o dono do JBS pediu a Temer um “alinhamento” de posições que lhe permitisse ser mais direto com o ministro: “Porra, Meirelles”. E Temer: “Pode fazer isso.”

Habituada a ouvir as mesóclises que adornam o linguajar rococó do constitucionalista Temer, a plateia ficou autorizada a indagar: Quando se deu a mutação do presidente que dizia estar interessado em passar à história como reformista para o administrador do “pode fazer isso”? Olhando-se ao redor, enxerga-se a presença de oito ministros que Temer insiste em manter no Planalto e na Esplanada como se a Lava Jato não tivesse descoberto nada sobre eles. Fica entendido que pode fazer também aquilo.

O diálogo com Joesley surtiu sobre Temer o efeito de um striptease moral. Em meio à maior investigação contra a corrupção da história, que torna impotentes os ex-poderosos da República, Temer permitiu-se manter, em pleno palácio residencial, uma conversa antirrepublicana. O regime atual no Brasil, agora ficou claro, não é mais o presidencialismo, mas uma versão tapuia da monarquia. Reina a esculhambação.

O monarca está nu. Ao dizer que não renuncia, tenta convencer o reino de que utiliza ternos feitos de um tecido muito resistente, mas completamente invisível a qualquer brasileiro pessimista -do tipo que, obrigado a conviver com a sobra do mês no fim do salário, não pode fazer nem isso nem aquilo.

Publicado por: Chico Gregorio


19/05/2017
07:48

A Globo mandou um sinal claro nesta sexta-feira: não quer mais governar o Brasil, por meio de seu preposto Michel Temer, a quem instalou no poder por meio de um golpe parlamentar.

A mensagem ficou evidente na edição desta sexta-feira do jornal O Globo, da família Marinho. Merval Pereira, principal porta-voz dos Marinho, disse que Temer não sabe diferenciar o certo do errado. Segundo Merval, a conversa gravada com Joesley “o desqualifica para exercer a presidência da República”.

Ancelmo Gois comparou Temer a Richard Nixon, que disse que não renunciaria para cair apenas dois dias depois.

Miriam Leitão se somou ao coro dos descontentes, ao dizer que o silêncio de Temer, enquanto ouvia um empresário relatar vários crimes, é mais eloquente do que suas próprias palavras.

Temer, que nunca teve legitimidade, pois é fruto de um golpe, nem apoio popular, uma vez que 90% dos brasileiros o rejeitam, se sustentava em dois pilares: a Globo e a base corrupta do Congresso.

Sem a mídia e sem condições de aprovar quaisquer reformas, ele está nos seus estertores.

Via Plantão Brasil.

Publicado por: Chico Gregorio


19/05/2017
07:44

Resultado de imagem para fotos de Joesley Batista com temer e marceal

DO LAR
Joesley Batista frequentava não apenas a residência oficial como também a casa de Temer em São Paulo.

PREOCUPADO
E o empresário reforçou sua segurança e de sua família depois que iniciou as tratativas para o acordo de delação premiada.

MÔNICA BERGAMO

 

Publicado por: Chico Gregorio


19/05/2017
07:40

A delação premiada dos donos da JBS jogou um balde de gelo nas pretensões políticas de Michel Temer. Animado por estudos levados a ele pelo ministro Moreira Franco (PMDB-RJ), o presidente estava convencido de sua viabilidade eleitoral e já fazia planos de concorrer à reeleição em 2018.


“Estarei no segundo turno”, disse Temer a interlocutores próximos dias antes de a bomba explodir em seu colo. Pelos planos dele e de Moreira, a reforma da Previdência seria aprovada na Câmara, a economia aceleraria no próximo ano e a popularidade do presidente subiria.

 

MÔNICA BERGAMO

Publicado por: Chico Gregorio


19/05/2017
07:37

Michel Temer foi gravado por Joesley Batista, um dos sócios do frigorífico JBS, em ação conjunta da PF com a Procuradoria. As conversas sugerem seu aval a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB). O Planalto confirmou encontro com Joesley, mas Temer diz que “jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio” de Cunha e que não participou nem autorizou qualquer movimento com objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça.

O que sabemos

– STF autoriza inquérito contra o presidente Michel Temer;
– STF afasta do cargo o senador Aécio Neves (PSDB), que teria pedido R$ 2 milhões a donos da JBS;
– Procuradoria pediu prisão de Aécio, mas ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, decidiu não enviar o caso para deliberação do plenário do Supremo;
– Irmã de Aécio Neves, Andrea, foi presa em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte (MG);
– Primo de Aécio e Andrea, Frederico Pacheco de Medeiros, foi preso sob suspeita de ter recebido dinheiro do empresário da JBS direcionado a Aécio;
– Divulgação do áudio paralisou a discussão sobre as reformas da Previdência e trabalhista

PF apreendeu ao menos R$ 2 mi, diz balanço

Ao menos R$ 2 milhões foram apreendidos pela Polícia Federal em casas de alvos da operação desta quinta-feira (18), segundo balanço preliminar.
Via juntospleobrasil.com

Publicado por: Chico Gregorio


19/05/2017
07:30

Publicado por: Chico Gregorio


18/05/2017
16:04

 

FOTO: WELLINGTON ROCHA/PORTAL NO AR

Com vendas de modelos novos em baixa há quatro anos, em razão da crise econômica, os automóveis que rodam pelo País estão mais velhos. A dificuldade dos consumidores em comprar o primeiro carro zero quilômetro ou em substituir o modelo atual por um novo elevou para 9 anos e 4 meses a idade média da frota em circulação, a mais alta em dez anos.

Em 2006, a idade média dos automóveis brasileiros era de 9 anos e 2 meses. A partir daí, veio se renovando quase que consecutivamente até 2013, quando as vendas passaram a cair, após nove anos seguidos de alta. Em quatro anos, a frota envelheceu dez meses. Somados aos comerciais leves, caminhões e ônibus, a idade média é um pouquinho mais nova, de 9 anos e 3 meses.

Veículos com até cinco anos de uso, chamados de seminovos, eram 43% da frota em 2012, antes da crise. Hoje são 34%, segundo estudo da frota brasileira recém-concluído pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

Veículos com seis a 15 anos de uso são 49% da frota e de 16 a 20, 13%. Já aqueles com mais de 20 anos representam 4% do total.

Via Portalno Ar.

Publicado por: Chico Gregorio


18/05/2017
15:18

Resultado de imagem para fotos de alvaro dias com henrique alves

>> Desespero. Informações de bastidor apontam que bateu o desespero no vice-prefeito Álvaro Dias (PMDB), que estaria na iminência de sofrer um processo na Câmara de Natal por ter se ausentado do país sem ter comunicado o fato oficialmente aos vereadores, deixando a cidade acéfala por um período. Será?

>> Nervos. Na Câmara, ouve-se que o peemedebista teria demonstrado “desequilíbrio, desajuste, despreparo e arrogância” ao encarar a questão. Caso tenha incorrido em erro, Álvaro poderá ser o primeiro vice-prefeito de Natal cassado.

>> Caminhos. O presidente Raniere Barbosa tem dito que não tem a intenção de prejudicar o vice, mas que não pode abrir mão do cumprimento da lei. Hoje, existem três caminhos para a infração cometida por Álvaro: advertência, suspensão do mandato ou abertura de processo de impeachment. A indicação será da Comissão de Constituição e Justiça.

Via Alex  Viana.

Publicado por: Chico Gregorio


18/05/2017
15:11

PSDB se prepara para desembarcar imediatamente do governo de Michel Temer, caso as denúncias contra o presidente se confirmem

 
Há possibilidade de entregarem uma carta conjunta

Brasília – O PSDB se prepara para desembarcar imediatamente do governo de Michel Temer, caso as denúncias contra o presidente se confirmem após a divulgação do áudio gravado pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, no qual Temer supostamente dá aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Segundo apurou o Estado com influentes tucanos, Bruno Araújo (Cidades) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores) são os ministros do PSDB que mais defendem a entrega dos cargos. Eles e os outros ministros já elaboraram suas cartas de demissão, para entregar ao presidente Temer, após a divulgação dos áudios. Há, porém, possibilidade de entregarem uma carta conjunta.

Publicado por: Chico Gregorio


18/05/2017
15:08

Segundo colunista do jornal O Globo, presidente cedeu à pressão de aliados e adversários

 
Presidente Michel Temer (PMDB)

O jornalista Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo, postou em sua conta oficial no Twitter que o presidente Michel Temer deve renunciar à presidência da República ainda nesta quinta-feira 18.

No post, Noblat afirma que o chefe do Executivo “cedeu à pressão de aliados e adversários”.

Confira o post na íntegra:

Temer cedeu à pressão de aliados e adversários e está pronto para renunciar ainda hoje à presidência da República.

Publicado por: Chico Gregorio