O colunista Reinaldo Azevedo pediu demissão da Revista Veja nesta terça-feira (23), depois da divulgação de uma ligação no dia 13 de abril, entre o jornalista e Andréa Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves (PSDB), que foi presa em virtude da delação da JBS.
Veja parte da conversa:
Andrea Neves – Agora, que está acontecendo na Veja, o que o pessoal fez…
Reinaldo Azevedo – Ah, eu vi. É nojento, nojento. Eu vi.
Andrea Neves – Assinaram todos os jornalistas e vão pegar a loucura desse cara para esquentar a maluquice contra mim.
Reinaldo Azevedo – Tanto é que logo no primeiro parágrafo, a Veja publicou no começo de abril que não sei o que, na conta de Andrea Neves. Como se o depoimento do cara endossasse isso. E ele não fala isso.
Andrea Neves – Como se agora tivesse uma coleção de contas lá fora e a minha é uma delas.
Reinaldo Azevedo – Eu vou ter de entrar nessa história porque já haviam me enchido o saco. Vou entrar evidentemente com o meu texto e não com o deles. Pergunto: essas questões que você levantou para mim, posso colocar como se fosse resposta do Aécio?
Andrea Neves – Nós mandamos agora para a Veja uma nota para botar nessa matéria.
Reinaldo Azevedo – Não quer mandar para mim também?
O vereador Airton Ovidio de Azevedo, ou melhor… Mago de Miro (PRB) de Santana do Matos, fez um tremendo desabafo em praça pública sobre o “caixa dois” que recebeu de dois políticos, ele afirma ter investido em obra caridosa para atletas da cidade, e endossa: “político nenhum vota de graça em outros”. Confira no vídeo!
Reinaldo é vítima do Estado de Exceção que ele mesmo ajudou a criar
“Primeiro você defende a lei ser quebrada a seu favor. Depois a lei é quebrada contra você. Depois não tem lei. Reinaldo aprendeu hoje”, escreveu o jornalista André Forastieri, ao comentar o caso Reinaldo Azevedo.
O colunista se demitiu da Veja e da Jovem Pan, ao ter conversas com Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves, divulgadas no âmbito de uma investigação policial. Reinaldo disse a Andrea que matéria de VEJA sobre Aécio era “nojenta”.
Advogado e amigo do presidente Michel Temer, o criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira abriu fogo contra a Procuradoria-Geral da República nesta terça-feira, em palestra proferida em Brasília. Segundo o criminalista, crítico da operação Lava-Jato mesmo antes de assumir a defesa de Temer, um estado de “fascismo” vem se implantando no país contra qualquer um que aponte falhas ou abusos da força-tarefa que investiga escândalos de corrupção.
Ele afirmou que o Ministério Público vem tomando o lugar dos juízes ao definir penas em acordos de delação e que deu benefícios exagerados ao empresário Joesley Batista, que delatou Temer, entre outros políticos. Numa referência ao juiz Sergio Moro e aos procuradores de Curitiba, ironizou certos magistrados e membros do MP jovens dizendo que eles querem ser “combatentes do crime” e “paladinos da Justiça”.
— O juiz é o homem que julga, que diz o direto, aplica àquele no direito penal a sanção merecida após o devido processo legal. Estamos assistindo alguns magistrados mais jovens se arvorando em combatentes do crime. Promotores mais jovens se arvorando em paladinos da Justiça, como se nós outros, pobres mortais, não fôssemos ansiosos para que o país melhorasse e a corrupção terminasse — disse Mariz,
Para partidos que dão sustentação ao governo, a saída de Michel Temer do Planalto é questão de tempo.
Liderados pelo PSDB, partidos aliados ao PMDB na sustentação do governo de Michel Temer consideram que o peeemedebista perdeu as condições de ficar no cargo, e já fizeram chegar a ele essa avaliação de forma reservada.
As informações são de reportagem de Igor Gielow na Folha de S.Paulo.
“Pelo roteiro elaborado até aqui, sujeito a revisões dada a imponderabilidade da crise, como o peemedebista resiste em renunciar na esteira da delação da JBS na Operação Lava Jato, a solução será contar com a cassação da chapa eleita em 2014 pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Até aqui, havia a expectativa de que o TSE “mataria no peito” e livraria Temer de punição, apesar das provas reunidas no processo que será julgado no próximo dia 6.
Agora, o consenso é de que a cassação resolveria o impasse institucional e livraria o presidente da “confissão de culpa”, como ele chama a hipótese de renúncia. Como bônus, Temer sempre poderá culpar Dilma pelas irregularidades na campanha.
A preferência é por acelerar a votação da reforma política que já está no Senado, prevendo cláusula de barreira e outras medidas saneadoras do quadro partidário.
E tentar manter a agenda econômica de Temer. Para tanto, a presença da equipe de Henrique Meirelles (Fazenda), ele mesmo um presidenciável especulado, é considerada essencial.”
Nas cúpulas partidárias que costuram o pós-Temer, dois nomes despontam para uma candidatura de consenso em caso de pleito indireto : Nelson Jobim (PMDB) e Tasso Jereissati (PSDB).
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o senador afastado Aécio Neves (PSDB/MG) quer pôr um “freio de arrumação na Polícia Federal”. Ao insistir no decreto de prisão preventiva do tucano decorrente de flagrante por crime inafiançável na Operação Patmos – que mira também o presidente Michel Temer e o deputado Rocha Loures (PMDB/PR) -, por meio de recurso ao Plenário do Supremo Tribunal Federal, Janot transcreve diálogo entre Aécio e o senador José Serra, também do PSDB. Eles caíram no grampo da PF no dia 13 de abril.
Aécio e Serra falam sobre uma eventual troca no Ministério da Justiça, Pasta ocupada pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB/PR). Serra sugere “alguém como o Jungmann”, em referência ao ministro da Defesa Raul Jungmann (PPS/PE).
Nas 66 páginas do recurso, o procurador destaca ainda um diálogo de Aécio com o empresário Joesley Batista, acionista da JBS, no dia 24 de abril. O tucano fala que “a estratégia para justificar a aprovação do projeto de abuso de autoridade é usar os supostos erros da Operação Carne Fraca, escondendo o real objetivo de que, de fato, seria para impedir ou embaraçar a Operação Lava Jato”.
“Aécio Neves se apresenta como um dos protagonistas dessa estratégia, afirmando que, nesta agenda, ‘estou mergulhado nisso, minha vida é isso, minha vida virou um inferno’”, assinala o procurador.
“Vê-se que a ‘firmeza’ que se espera do ministro da Justiça é no sentido de colocar um freio de arrumação na Polícia Federal”, afirma Janot.
O procurador observa que a estratégia do tucano ‘coincide’ com aquela discutida entre o senador Romero Jucá (PMDB/RR) e o delator Sérgio Machado. Ex-presidente da Transpetro, Machado gravou reuniões com Jucá e também com o senador Renan Calheiros (PMDB/AL) e o ex-presidente José Sarney (PMDB/AP).
“Se for comprovado, acredito que ele mesmo deixará o partido. Se ele não deixar, eu tenho que sair. Eu não posso ser colocada na vala comum de onde eu não faço parte”, declarou Camila Toscano
“Eu não posso ser colocada na vala comum de onde eu não faço parte”, declarou a deputada estadual (Foto: Aline Lins)
A deputada estadual Camila Toscano ameaçou deixar o PSDB se o senador afastado Aécio Neves permaneça nos quadros do partido caso as acusações contra ele sejam comprovadas. Em entrevista na manhã desta terça-feira (23), Camila considerou que se houver comprovação de irregularidades cometidas pelo ex-presidente do partido, ele mesmo precisa pedir sua saída.
“Se for comprovado, acredito que ele (Aécio Neves) mesmo deixará o partido. Se ele não deixar, eu tenho que sair. Eu não posso ser colocada na vala comum de onde eu não faço parte”, declarou a deputada estadual.
Camila Toscano também falou sobre a Reforma Política. Ela se mostrou favorável a reforma e apóia o fim das coligações e das doações de empresas privadas.
“Eu sou favorável ao fim das coligações, que nas proporcionais entrem aqueles que são mais votados, é mais justo, é mais democrático. As eleições do ano que vem têm que ser modificadas”, disse Camila Toscano.
Questionada sobre a saída do PSDB da base aliada do Governo, a deputada disse que pelas reuniões que participou, o partido irá esperar toda investigação e não deixará a base ainda.
Os advogados de defesa de Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves (PSDB-PE), pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) revogação da prisão preventiva e a respectiva comutação em medidas alternativas. O advogado Marcelo Leonardo diz que ela não tem participação nos crimes praticados pelo irmão. “O pedido do PGR (procurador-geral da República, Rodrigo Janot), e a decisão agravada (do ministro do STF, Edson Fachin), em verdade, apontam razões que, se existentes, poderiam ser aplicadas para a pessoa física do senador Aécio Neves, nunca para sua irmã Andrea, residente na região de Belo Horizonte e sem qualquer ação política pessoal”, justificou.
“A jurisprudência dos Tribunais Superiores rejeita a tentativa de justificar prisão preventiva de uma pessoa com fundamentos aplicáveis a outra, por violação do princípio pessoalidade da responsabilidade penal, do qual decorre a imperiosa necessidade de individualização da fundamentação da prisão preventiva”, completou.
Andrea Neves foi presa na semana passada na esteira da delação premiada feita pelo empresário Joesley Batista, do grupo JBS, que atingiu em cheio Aécio Neves e Michel Temer. Na gravação feita por Joesley, Aécio aparece pedindo R$ 2 milhões em propina alegando que o dinheiro seria utilizado para pagar despesas com advogados da Lava Jato.
“O único e isolado episódio que teve participação de Andrea Neves foi a sua conversa com o delator premiadíssimo Joesley, pessoa que até então ela não conhecia, como reconhecido pelo mesmo, quando lhe fez a solicitação de ajuda para custeio de despesas lícitas, mediante a oferta do imóvel de sua mãe, que foi recusada pelo delator premiadíssimo Joesley, que preferiu conversar, diretamente, com o senador Aécio Neves, cujo encontro foi marcado, com conhecimento de Andrea, a qual não teve mais nenhuma participação nos fatos, tendo cessado sua intervenção neste ponto”, ressalta um trecho da ação impetrada pelos advogados de Andreia junto ao STF.
Ismânia do Nascimento Rodrigues Pessoa é acusada comprar votos e apoios políticos
O Plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) julgou procedente, nesta terça-feira (23), a Revisão de Processo Administrativo Disciplinar nº 137/2017-40 para determinar ao procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado da Paraíba (MP/PB) que ajuíze ação civil para decretação da perda do cargo em desfavor da promotora de Justiça Ismânia do Nascimento Rodrigues Pessoa.
Na decisão unânime, o colegiado também decidiu, seguindo o voto do conselheiro relator Esdras Dantas (foto), decretar a disponibilidade da referida promotora, por motivo de interesse público, enquanto durar a ação civil para decretação da perda do cargo.
O conselheiro relator, a comissão processante e a Corregedoria Nacional do MP compartilharam do entendimento de que, “além de ter participado ativamente da campanha eleitoral de sua mãe ao cargo de prefeito do município de Mamanguape nas eleições municipais de 2016, ou seja, execício de atividade político-partidária, a promotora de Justiça perpetrou condutas delituosas ao comprar votos e apoio político de vereadores daquele município.
“Isso configura delito tipificado no Código Eleitoral. Apuraram-se, nos autos, robustas provas de que a promotora processada reuniu-se com vereadores de Mamanguape (PB) para oferecer-lhes dinheiro e outras vantagens (três cargos públicos) em troca de voto e apoio político para sua genitora”, falou Esdras Dantas de Souza.
O conselheiro relator “considerou criminosa a conduta da promotora”. “É incompatível com o exercício do cargo de membro do Ministério Público, o que demanda a enorme preocupação e pronta resposta dos agentes públicos e competentes para o devido e necessário ajuizamento da ação de perda do cargo, nos termos do artigo 135, § 1º, e artigos 195 e 194, inciso V, da Lei Orgânica do MP/PB”, explicou Esdras Dantas.
Com relação à disponibilidade da promotora enquanto durar a ação de perda do cargo, o conselheiro relator “disse ser inconcebível que integrantes do MP brasileiro possam continuar no exercício das funções após a revelação de indícios suficientemente graves e robustos da prática de fatos que configuram crime, em tese, e sejam incompatíveis com o exercício do cargo”. “A Lei Orgânica do MP/PB e a Lei Orgânica Nacional para o MP contêm previsões de que o membro do Ministério Público, ainda que vitalício, pode ser colocado em disponibilidade, por motivo de interesse público”, afirmou Esdras Dantas de Souza.
O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte, por meio de seu Procurador-Geral de Justiça, Rinaldo Reis Lima, ofereceu denúncia ao Tribunal de Justiça em desfavor do Deputado RICARDO MOTTA, acusando-o de, entre janeiro de 2013 a dezembro de 2014, ter desviado, em proveito próprio e de terceiros, R$ 19.321.726,13 (dezenove milhões, trezentos e vinte e um mil, setecentos e vinte e seis reais e treze centavos) em prejuízo do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – IDEMA.
Conforme restou demonstrado por investigações realizadas pela Procuradoria-Geral de Justiça a partir de desdobramentos da operação Candeeiro, deflagrada pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público da capital em 2015, o denunciado era o chefe de organização criminosa integrada também por GUTSON JONHSON GIOVANY REINALDO BEZERRA, então Diretor Administrativo do IDEMA, CLEBSON JOSÉ BEZERRIL, que chefiava a Unidade Instrumental de Finanças e Contabilidade (UIFC) da autarquia, JOÃO EDUARDO DE OLIVEIRA SOARES, EUCLIDES PAULINO DE MACEDO e ANTÔNIO TAVARES NETO, a qual foi montada para desvio de recursos públicos em benefício tanto do parlamentar quanto dos demais componentes do grupo.
No curso do procedimento investigatório, a Procuradoria-Geral de Justiça realizou acordo de colaboração premiada com GUTSON JONHSON GIOVANY REINALDO BEZERRA e VILMA REJANE MACIEL DE SOUSA, os quais esclareceram todo o funcionamento do esquema de desvio de recursos do IDEMA e seu principal beneficiário, o denunciado RICARDO MOTTA, estando suas versões amplamente corroboradas nas evidências probatórias reunidas e que dão amparo à acusação formalizada ao Tribunal de Justiça potiguar.
Segundo a denúncia, o colaborador GUTSON e CLEBSON, após receberem a autorização para movimentar as contas da autarquia livremente, passaram a expedir ofícios à agência do setor público do Banco do Brasil, realizando transferências de vultosas quantias depositadas em contas do IDEMA – utilizadas para receber a arrecadação de taxas ambientais – para contas ocultas, desconhecidas dos órgãos de controle e fora da contabilidade oficial da entidade pública.
Na sequência, os valores transferidos seguiam das contas ocultas para contas de diversas empresas, mais especificamente J E DE O SOARES ME, M D S DE LIMA SERVIÇOS ME, ANTÔNIO TAVARES NETO – ME ou “TJ RENT A CAR”, RAMON ANDRADE B. F. SOUSA – ME ou “BOSS EMPREENDIMENTOS”, A MACEDO MAFRA – ME ou “AF LOCADORA”, CONCEITO RENT A CAR e FABÍOLA MERCEDES DA SILVEIRA ME ou MERCEDES LOCAÇÕES, sendo, então, sacados e repassados aos beneficiários do esquema.
Num momento posterior (a partir do segundo semestre de 2013 até o final de 2014), as transferências passaram a ser realizadas, sempre por ofícios assinados pelo colaborador GUTSON e por CLEBSON e dirigidos à agência do setor público do Banco do Brasil, diretamente às empresas vinculadas ao esquema, sendo posteriormente sacados em benefício dos envolvidos.
Ainda de acordo com o que restou apurado, o Deputado RICARDO MOTTA recebeu 60% dos recursos comprovadamente desviados no esquema denunciado, sempre diretamente do colaborador GUTSON JONHSON GIOVANY REINALDO BEZERRA, e em espécie, o que importa no montante aproximado de R$ 11.000.000,00 (onze milhões de reais). Esses valores foram repassados pessoalmente pelo colaborador ao parlamentar em diversos locais durante o período de duração dos desvios, como no próprio prédio da autarquia estadual, no anexo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, no escritório de advocacia R & R, na residência do denunciado e em outros locais públicos, como no lado de fora de um hospital da cidade, no final de 2014, após o deputado ter sido atendido na unidade hospitalar.
Em função dos fatos narrados na denúncia, o Procurador-Geral de Justiça pediu a condenação do Deputado RICARDO MOTTA nas penas dos artigos 312 do Código Penal (crime de Peculato, com pena de reclusão de 2 a 12 anos); 1º, caput, e §4º da Lei 9.613/98 (crime de Lavagem de Dinheiro, com pena de 3 a 10 anos de reclusão, e incidência da causa de aumento de pena de um a dois terços, pela prática reiterada ou por meio de organização criminosa); e art. 2º, caput e § 4º, inciso II, da Lei nº 12.850/2013 (crime de Constituição de Organização Criminosa, com pena de reclusão de 3 a 8 anos, e incidência da causa de aumento de pena de 1/6 a 2/3 decorrente da participação de funcionário público na organização).
A ação penal iniciada contra o Deputado RICARDO MOTTA foi registrada sob o n.º 2017.005000-7, e tramita perante o Pleno do TJRN sob a relatoria do Desembargador Glauber Rêgo.
>> Emenda. O líder do prefeito na Câmara, Ney Junior (PSD), colocou “panos quentes” em entrevista ao Agora Jornal, ao abordar a situação do vice-prefeito Álvaro Dias (PMDB), que se ausentou do país sem transmitir o cargo ao presidente da Câmara, Raniere Barbosa (PDT). Disse que o vice agiu errado, mas não merece cassação.
>> Soneto. Para analistas políticos, a emenda, no caso de Ney, saiu pior que o soneto. Afinal, se o vice se ausentou sem transmitir o cargo, a lei foi ferida, e, neste caso, deve haver punição.
“Pedi demissão da Veja. Na verdade, temos um contrato, que está sendo rompido a meu pedido”
O jornalista Reinaldo Azevedo, em um fato até considerado raro, pediu demissão nesta terça-feira tanto da Veja quanto da Jovem Pan. A assessoria da rádio confirmou à coluna sua saída. Em relação à revista, uma decisão tomada após a divulgação de áudios em que criticava o veículo. Em telefonema grampeado com a irmã de Aécio Neves, Andréa Neves, ele chamou o conteúdo de uma reportagem de capa sobre o senador de “nojento”.
A conversa entre Azevedo e Andrea foi anexada pela Procuradoria-Geral da República aos áudios do inquérito que investiga Aécio e a irmã.
Reinaldo se manifestou por meio de um comunicado: “Pedi demissão da Veja. Na verdade, temos um contrato, que está sendo rompido a meu pedido. E a direção da revista concordou”.
1: não sou investigado;
2: a transcrição da conversa privada, entre jornalista e sua fonte, não guarda relação com o objeto da investigação;
3: tornar público esse tipo de conversa é só uma maneira de intimidar jornalistas;
4: como Andrea e Aécio são minhas fontes, achei, num primeiro momento, que pudessem fazer isso; depois, pensei que seria de tal sorte absurdo que não aconteceria;
5: mas me ocorreu em seguida: “se estimulam que se grave ilegalmente o presidente, por que não fariam isso com um jornalista que é critico ao trabalho da patota.
6: em qualquer democracia do mundo, a divulgação da conversa de um jornalista com sua fonte seria considerado um escândalo
8: Andrea estava grampeada, eu não. A divulgação dessa conversa me tem como foco, não a ela;
9: Bem, o blog está fora da Veja. Se conseguir hospedá-lo em algum outro lugar, vocês ficarão sabendo.
10: O que se tem aí caracteriza um estado policial. Uma garantia constitucional de um indivíduo está sendo agredida por algo que nada tem a ver com a investigação;
11: e também há uma agressão a uma das garantias que tem a profissão. A menos que um crime esteja sendo cometido, o sigilo da conversa de um jornalista com sua fonte é um dos pilares do jornalismo”.
Sobre a saída da Pan, onde apresentava o “Pingos nos Is”, a manifestação do jornalista:
“Pedi demissão da Jovem Pan. As razões da minha saída da rádio antecedem a agressão de que estou sendo vítima. Embora vá se misturar tudo”, declarou o jornalista.
Tem mais: o desligamento acontece um dia antes de uma entrevista especial que o jornalista faria em Brasília com o presidente Michel Temer e que seria veiculada no programa “Os Pingos nos Is” também na noite desta quarta-feira. Segundo a Pan, já estava tudo certo para esse trabalho, mas, agora, ninguém sabe como vai ficar.
Deputados fazem protesto, no plenário da Câmara, contra o presidente Temer – Jorge William / Agência O Globo
BRASÍLIA – A base aliada do presidente Michel Temer já pensa no dia seguinte à possível vacância da Presidência da República e inicia negociações e estratégias para a sucessão via eleições indiretas. Para pessoas próximos a Temer, ganhou força a visão de que o processo de cassação da chapa presidencial no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é a saída honrosa de que o peemedebista precisa para deixar o cargo.
O julgamento está previsto para começar no dia 6 de junho e é, nos bastidores, a principal aposta de integrantes da base, principalmente do PSDB, que consideram a permanência de Temer insustentável.
Parlamentares com trânsito no Palácio do Planalto têm avaliado que Temer resiste em renunciar apenas para que o ato não pareça uma admissão de culpa. Ele, no entanto, não pretenderia se manter no cargo a qualquer custo.
— O presidente não tem apego ao cargo, ele se preocupa com o nome dele. O que ele não quer é sair por debaixo do tapete. Por isso, a melhor saída é o TSE. Se o tribunal decidir pela cassação, é uma saída honrosa — afirmou um deputado da base.
Há uma avaliação de que Temer, mesmo enfraquecido, terá forte influência sobre sua sucessão. Parlamentares lembram que ele ainda tem diálogo com uma ampla base no Congresso, principalmente no PMDB, e que seu apoio pode ser fundamental na escolha do próximo presidente. Partidos como PSDB e DEM têm resistido em abandonar o governo, em parte, na expectativa de receberem ajuda de Temer para emplacar um candidato no caso de eleições indiretas.
— Não vamos trocar de barco, vamos trocar o timoneiro. Se o TSE cassar a chapa, é preciso manter a mesma coalizão. O PMDB vai continuar existindo e o Temer vai continuar sendo uma liderança importante, com muita influência sobre o Congresso. Em parte, o PSDB não desembarcou ainda do governo contando com esse eventual apoio — afirma um integrante da cúpula tucana.
No PSDB, o nome do presidente interino, Tasso Jereissati (CE), vem sendo defendido como alternativa que melhor se encaixa no momento atual. Além de não estar na mira das investigações da Lava-Jato, Tasso tem longa experiência de mandatos como governador e senador. Já no DEM, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vem ganhando força. Aliados lembram que, há menos de quatro meses, ele conquistou a maioria na Casa para se eleger presidente pela segunda vez. E destacam que Maia tem uma vantagem sobre os demais possíveis candidatos: ele conhece cada um dos 513 eleitores pelo nome.
Maia vem adotando postura de proximidade e solidariedade a Temer, também na estratégia de contar com o apoio do presidente caso haja uma sucessão. O presidente da Câmara tem defendido Temer e, na noite de segunda-feira, promoveu jantar no qual o presidente acabou comparecendo, criando até “um certo constrangimento”, segundo os presentes.
Apesar da tentativa de Temer de difundir o principal argumento de sua defesa — o de que a gravação de Joesley Batista teria sido adulterada —, um líder que foi ao jantar de Maia avaliou, de forma reservada, que a situação do presidente é muito frágil e que ele só tem se apegado à questão técnica das acusações, sem se aprofundar em rebater as denúncias em si. Na gravação e nos depoimentos, Joesley diz que Temer avalizou a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e consentiu quando o interlocutor disse a ele que estaria cooptando juízes e promotores.
— A gente sente que é só uma questão de tempo para ele sair. A sensação é que ele sabe que não fica, mas que ainda não sabe como construir uma saída. Ele se agarra à tecnicalidade — diz o líder aliado.
Depois de chorar ao jurar lealdade a Temer no domingo, Maia discursou no evento na segunda, afirmando que é preciso tocar a pauta de votações. Para ele, as investigações cabem ao Ministério Público e ao Supremo Tribunal Federal. Ao Legislativo, cabe legislar.
TEMER CORTA CONVERSAS
Caso o TSE casse o mandato do presidente, o que é visto como uma possibilidade real em conversas no Palácio do Planalto, já começaram a chegar a interlocutores de Temer as conversas sobre a sucessão. Apesar disso, assessores ligados a ele dizem que o presidente “corta” qualquer conversa desse tipo. No governo, há quem especule que os “candidatos” com maior aceitação no Congresso são o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o próprio Rodrigo Maia. Eles descartam em avaliações nomes como o do ex-presidente Fernando Henrique e o de Nelson Jobim.
— Eles estão fora da política há anos, não têm chance. FH deve conhecer 30% dos deputados hoje com mandato. A política mudou e eles ficaram para trás — disse um interlocutor do governo. (Colaborou Leticia Fernandes)
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em intervenção na Comissão de Assuntos Econômicos, na tarde desta terça-feira (23), pediu a cabeça do ministro da Fazenda Henrique Meirelles.
“Eu teria demitido o ministro Henrique Meirelles que saiu do silêncio de seu gabinete para dizer à imprensa que “com Michel ou sem Michel” iria tocar essas reformas no Brasil.
“O grau de complexidade no país não comporta mais uma ingênua declaração”, opinou.
“A quem interessa essa agenda que flexibiliza direitos?”, questionou Renan, que declinou o exemplo da Espanha, onde, segundo ele, se flexibilizou direitos e teve o achatamento da massa salarial.
“A precarização e a rotatividade derrubou os salários em 100%”, discursou.
Para o senador do PMDB, a rotatividade de 10, 15 empregos, também dificultaria a comprovação do tempo de trabalho para a aposentadoria.
“Votar essa matéria de solavanca, de afogadilho, para demostrar que o executivo está paralisado, isso não pode acontecer. É inadmissível num governo com a desaprovação alta faça uma reforma.
Renan defendeu ainda que haja uma saída negociada para Michel Temer, que garanta a eleição de novo presidente e vice nas eleições ordinárias de 2018.
Segundo o departamento, os sites e páginas precisam colocar o crédito das imagens. O objetivo dessa censura é evitar que Temer seja associado a conteúdos humorísticos ou depreciativos
Créditos: Reprodução / WEB
Michel Temer dá mais uma mostra do autoritarismo e da pequenez política de seu governo. O Departamento de Produção e Divulgação de Imagem do Palácio do Planalto está notificando páginas de humor do Facebook por usarem fotos dos canais oficiais de divulgação do governo.
Segundo o departamento, os sites e páginas precisam colocar o crédito das imagens. O objetivo dessa censura é evitar que Temer seja associado a conteúdos humorísticos ou depreciativos.
Além disso, a mensagem salienta que imagens oficiais estão liberadas para fins jornalísticos e divulgação das ações governamentais, mas que “para outras finalidades, é necessária autorização prévia”. De acordo com a mesma mensagem, “os interessados podem reproduzir as imagens desde que citado os créditos, conforme determina a Lei 9.610/98 dos Direitos Autorais ‘Artigo 24. São direitos morais do autor (…) II — o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado como sendo o do autor, na utilização de sua obra'”.
A postura de censura do governo foi uma resposta à exibição de memes no Fantástico, exibido na noite do domingo (21). Alguns dos autores dessas páginas demonstram apreensão com a mensagem disparada pelo Departamento de Imagens do Planalto, mas por falta de uma orientação mais conclusiva por parte do governo, continuarão a produzir os memes.