O país assistirá, nos próximos dias, novos capítulos (desta vez, com contornos ainda mais emocionantes) da crise política, com a votação, na Câmara, da abertura de processo contra o presidente Michel Temer. Essa etapa é obrigatória para que a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal seja transformada realmente em uma ação penal. E, assim, Temer seria afastado do cargo por no máximo seis meses para que o seu julgamento pelo crime de corrupção seja realizado no Supremo Tribunal Federal. Para que isso aconteça, frise-se, é preciso autorização do Poder Legislativo. É aí que veremos até que ponto vai a lealdade da bancada governista na Câmara. Os deputados vão mesmo botar suas mãos no fogo para defender a continuidade do cambaleante governo Temer, em nome das reformas? O próprio Temer, que disse no início do ano que demitiria ministros ‘investigados’ – quiçá denunciados – resistirá à pressão de ser acusado pelo procurador-geral da República? Neste momento, o que os parlamentares estão mensurando, certamente, é o tamanho do impacto eleitoral com o apoio ao presidente. A postura terá um preço, e para alguns poderá ser caro demais.
A reportagem do Portal Agora RN/Agora Jornal tentou entrar em contato com representantes da bancada federal potiguar para repercutir a denúncia contra o presidente. Apenas Rogério Marinho (PSDB) e Walter Alves (PMDB) se pronunciaram. E se limitaram a dizer que vão aguardar novos desdobramentos antes de decidirem seus votos.
Via Tiago Rebolo.