Às vésperas do impeachment, a ex-presidente Dilma Rousseff amargava uma rejeição de 64%, segundo o Datafolha; atualmente, a rejeição ao governo de Michel Temer chega a 69%. Nesta quinta (20), movimentos de esquerda prometem uma série de atos em diversas cidades brasileiras pela saída de Temer e em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar da presença confirmada do petista, a expectativa é de que os protestos desta quinta não encham as ruas como os atos pelo impeachment de Dilma. A reportagem ouviu três cientistas políticos para tentar explicar a aparente apatia dos brasileiros: Cícero Romão, da USP; Paulo Baía, da UFRJ; e Dawisson Lopes, da UFMG. Uma sondagem do grupo de Pesquisas em Inteligência de Mercado da Abril, em parceria com a MindMiners, também forneceu alguns indicativos, a partir de entrevista com 500 pessoas, de todas as classes sociais e maiores de 18 anos.
O veterano jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, publicou em sua coluna nesta quarta-feira (19) que uma recepcionista de um salão de beleza em Ipanema, no Rio de Janeiro, foi demitida por não ter posicionamento claro a favor da condenação do ex-presidente Lula pelo juiz Sergio Moro.
Segundo Ancelmo, na última semana, logo após a divulgação da condenação do ex-metalúrgico, uma cabeleireira de um ‘salão de madames’ em Ipanema, na Zona Sul da cidade, perguntou à recepcionista o que ela achava da decisão do juiz da Lava Jato.
A funcionária, discreta, respondeu que “não achava nada”. Foi o suficiente para ser chamada de “petista”.