Após o governo anunciar a privatização da Casa da Moeda do Brasil (CMB) alegando prejuízos recorrentes na estatal, números da empresa mostram que a instituição registrou sucessivos superávits nos últimos anos.
De fato, a empresa tem apresentado resultados menores desde 2016 e deve chegar a um prejuízo neste ano – mas a companhia diz esperar revertê-lo já em 2018. “Se o governo quiser avaliar [a privatização], é uma decisão estratégica válida. Mas estamos fazendo nosso dever de casa”, diz o presidente da Casa da Moeda, Alexandre Borges Cabral, ao Valor.
Segundo ele, as dificuldades financeiras começaram em 2016 especificamente devido ao efeito da Desvinculação de Receitas da União (DRU), que teria impactado a Casa da Moeda em mais de R$ 500 milhões. Além disso, houve uma mudança no sistema de fiscalização da indústria de bebidas que reduziu as receitas da estatal.
Os relatórios financeiros mostram que a companhia teve superávit de mais de R$ 300 milhões em 2015, que caiu para R$ 60 milhões em 2016 – uma redução de aproximadamente 80%. A empresa afirma que, em 2017, o déficit previsto será coberto com recursos próprios da instituição – sem necessidade de aporte do Tesouro Nacional.