O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu as ações do governo federal para lidar com o óleo nas praias do Nordeste em entrevista ao programa Central GloboNews na última quarta-feira (30). Segundo ele, são injustas as críticas sobre a demora na limpeza e na tentativa de conter o problema. O ministro disse que esteve no local na primeira oportunidade, ao voltar de uma viagem internacional. Em setembro, ele foi aos Estados Unidos e à Europa para corrigir o que chamou de distorções na imagem do país sobre queimadas e desmatamento. A Lupa checou algumas das falas de Salles. Veja o resultado:
“A primeira mancha [no Nordeste] foi no dia 2 de setembro”
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, em entrevista para o programa Central GloboNews em 30 de outubro de 2019
As manchas de óleo apareceram em dez praias da Paraíba, no Nordeste, entre 30 de agosto e 1º de setembro, de acordo com dados de mapeamento do desastre compilados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O material foi encontrado pela primeira vez no dia 30 de agosto, nas praias de Gramame, Jacumã e Tambaba, no município de Conde (PB), e na praia Bela, em Pitimbu (PB). Em 1º de setembro, as manchas chegaram a mais seis pontos: as praias Formosa, de Camboinha, do Poço e de Intermares, em Cabedelo (PB); e as praias de Tambaú e do Cabo Branco, em João Pessoa (PB).
No dia 2 de setembro, data citada pelo ministro, o petróleo já atingia os estados de Pernambuco e Sergipe. As manchas foram avistadas em 13 localidades naquela data: na praia do Forte Orange, na Ilha de Itamaracá (PE); nas praias de Maria Farinha, Conceição, do Janga e Pau Amarelo, em Paulista (PE); na praia de Dell Chifre, em Olinda (PE); na praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho (PE); nas praias de Nossa Senhora do Ó, da Gamboa e Porto de Galinhas, em Ipojuca (PE); e na praias do Porto, da Costa e Atalaia Nova, em Barra dos Coqueiros (SE).
Procurado para comentar, o ministro não se manifestou.
“[Greenpeace] E ajudar que é bom eles não foram”
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, em entrevista para o programa Central GloboNews em 30 de outubro de 2019
Voluntários do Greenpeace participaram da limpeza de praias em vários pontos do litoral nordestino, além de documentar os efeitos do vazamento. Em 12 e 13 de outubro, por exemplo, eles estavam em praias nas cidades de Fortaleza e São Luís. Verificando os dados presentes nos arquivos das imagens, foi possível confirmar que as fotos foram tiradas, de fato, nesses dias. Em sua conta no Instagram, a organização também publicou fotos e vídeos de voluntários trabalhando em praias e manguezais na Bahia e em Pernambuco.
Procurado para comentar, Salles não respondeu.
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