25/08/2019
11:30

A Amazônia tem potencial bilionário e, por isso, os riscos de perda financeira relacionada à floresta também são bilionários. A prova disso é o Fundo Amazônia, atualmente paralisado após ações e acusações por parte do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.

Até o momento, cerca de US$ 1,3 bilhão em doações foram recebidas pelo fundo, com pouco menos da metade do valor já desembolsado.

A paralisação do fundo ocorreu após Salles tentar mudar os mecanismos de gestão do fundo e acusar supostos indícios de irregularidades financeiras em projetos de ONGs —o ministro afirmou ter analisado ¼ dos contratos e não apresentou documentos, citando dados isolados.

A verba no Fundo Amazônia tinha diversas destinações, inclusive o combate aos crescentes incêndios na Amazônia que desembocam na atual crise política e ambiental.

O Ibama, pelo PrevFogo, recebeu mais de R$ 14 milhões para ações contra queimadas.

O dinheiro em questão foi destinado à compra de equipamentos de proteção para os brigadistas e de combate ao fogo, motobombas, mangueiras, reservatórios de água e geradores de energia, além de caminhões e caminhonetes para transportar as equipes.

A Operação Awá, na terra indígena Araribóia, é um exemplo de ação que usou verbas do fundo e auxiliou na proteção de áreas de tribos isoladas.

Outro contrato do fundo, de pouco mais de R$ 19 milhões e que tem como parte a ONG Centro de Trabalho Indigenista, visa exatamente a proteção de povos indígenas isolados.

Parte do objetivo do projeto, iniciado em 2014, é a pesquisa de 20 referências não confirmadas de índios isolados na Amazônia, além de melhorias na interlocução com indígenas e populações que vivem no entorno de povos isolados.

As atividades citadas têm parceria com a Funai (Fundação Nacional do Índio).

A despeito da afirmação deBolsonaro de que o fundo servia apenas a ONGs, outros órgãos governamentais e governos estaduais e municipais se beneficiavam dele. Como a Folha mostrou recentemente, por exemplo, R$ 359 milhões foram usados pelos estados amazônicos para implementar o Código Florestal.

Publicado por: Chico Gregorio

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