Salvar a operação lava jato não tem relação com a manutenção de seus abusos. Há uma falsa questão posta por interesses autoritários, corporativos e político-eleitorais.
Grampear advogado não é combater a corrupção. Juiz andar de mãos dadas com a acusação, antecipar sentença, combinar estratégia, conduzir o processo alicerçado em cálculos políticos e desdenhar da defesa muito menos.
Tais ações contaminam qualquer operação. Quem defende que a justiça assim se comporte, no fundo, acredita em esquadrões da morte do direito alheio como encurtamento para o progresso social e se posta do lado do bem autorizado a extirpar um suposto mal. No sentido simbólico – com consequências práticas – é uma espécie de miliciano que alega: a autorização para agir ao arrepio da lei resolverá nossos problemas.
Quem deseja salvar a atuação do Estado na afirmação da separação do público do privado não apoia esse tipo de coisa, de lógica. Nem a corrupção será debelada por esse viés – ela só mudará de lugar e empoderará novos grupos -, como a bagunça institucional hoje vivenciada no país ganhará contornos acentuados.
Via Daniel Menezes.
0 Comentários