O representante dos caminhoneiros Wanderlei Alvez, o Dedeco, não poupa críticas à forma como o governo tem conduzido as negociações com a classe e aos anúncios de benefícios feitos na última semana, especialmente após o aumento no óleo diesel. Foi seu grupo que convocou uma greve da categoria para o próximo dia 29. Eles se ressentem de não serem recebidos para as conversas que o Palácio do Planalto tem conduzido junto à “ala moderada”, em oposição a eles, chamados de “radicais”. Mas Dedeco garante que, enquanto isso, ele tem recebido cada vez mais apoio para a paralisação.
“Recebi ligações da cidade de um deles que tem ido lá conversar com o governo dizendo pra eu tocar o barco, que estão comigo. Os estados do Norte, do Nordeste também dizem que vão parar. O governo recebe a ala que eles chamam de moderada no Palácio do Planalto, e o movimento que eu represento só cresce. Está molhando a lenha seca na gasolina e jogando na fogueira”, afirmou o caminhoneiro de Curitiba que foi, ao lado de vários apoiadores, um dos mobilizadores da paralisação do ano passado.
Dedeco, como é conhecido, reconhece a dificuldade de unificar a categoria em uma liderança. Mas tece críticas também às atuais vozes que têm se dito líderes da classe. “É tudo um jogo político. Eles vão lá para defender um interesse específico. Acho que um representante tem que defender toda a categoria. Não interessa se trabalha com tanque, baú, carga seca, cada um puxando o seu transporte”.
Para ele, seria necessário que cada estado tivesse um comando, que falasse das demandas locais. “Mas sem entrar nessa coisa de cooperativa, de receber auxílio do governo. Porque ai vira um jogo de interesses. Você vai bater em Brasília para pedir favor. Não elegi ninguém para bater na porta e pedir favor, mas sim para exigir direitos”, desabafa.
Via Polêmica PB
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