SÃO PAULO – A “dinâmica recente” do mercado de trabalho é encorajadora, mas a reforma trabalhista só incrementou empregos de “baixa qualidade”. A análise é do diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos. “De maneira geral, o mercado de trabalho vem confirmando uma clara recuperação desde abril” do ano passado, quando a taxa de desemprego estava em 13,6%, diz, em relatório divulgado na manhã desta quarta-feira.
No trimestre encerrado em janeiro, a taxa ficou em 12,2%, alta de 0,4 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre encerrado em dezembro, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado também ficou acima da projeção média de 12% de 20 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data. O crescimento da taxa de desemprego é comum no primeiro mês do ano.
Do lado negativo, Ramos destaca que os empregos formais ainda apresentam queda, de 1,7%, em relação ao mesmo período do ano anterior. O crescimento de 2,1% do número de pessoas trabalhando em relação a janeiro de 2017 veio principalmente dos empregos informais (5,6%), do setor público (2,9%) e “do geralmente precário e de baixa remuneração” emprego por conta própria (4,4%).
Em termos setoriais, o economista chama a atenção positivamente para o crescimento de 5% do emprego na indústria na com igual período anterior. Do lado negativo, o destaque foi mais uma vez a construção civil, com queda de 4% nessa mesma base de comparação.
0 Comentários