El País
O presidente Michel Temer (PMDB) e seus advogados, mais uma vez, utilizaram estratégia comum de acusados: atacar seu acusador. O defensor do presidente pediu ao Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira que declare a suspeição de Rodrigo Janot, o procurador-geral da República, e o impeça de ser parte do processo que investiga a existência do “quadrilhão do PMDB do Congresso”, nas mãos da corte.
O argumento do advogado do peemedebista, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, é de que o procurador tem uma “motivação pessoal” contra o presidente. Nos bastidores, contudo, a defesa quer evitar qualquer dano que as delações do doleiro e operador do PMDB Lúcio Funaro e do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) possam causar ao Planalto. O acordo com Funaro está em fase de conclusão. O de Cunha ainda segue em negociação. Ambos estão presos no âmbito da Operação Lava Jato.
O movimento do presidente ocorre menos de uma semana após a Câmara barrar a autorização para o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar se aceita a denúncia de Janot contra ele pelo crime de corrupção passiva. Neste caso, o presidente é apontado como o receptor de 500.000 reais em propina pagas pelo empresário Joesley Batista, da gigante do ramo de alimentos JBS. O procurador deve apresentar ao menos mais duas acusações contra o presidente, pelo crime de obstrução à Justiça e por formação de organização criminosa. Por esse crime específico, Temer só poderá ser julgado depois de 31 de dezembro de 2018, quando encerra seu mandato.
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