Mais que o empenho do governo, é a determinação de ampla maioria congressual que dita a urgência na votação da reforma trabalhista: o alvo é o fim do imposto sindical obrigatório.
As mobilizações hostis das corporações sindicais, algumas até mesmo físicas, contra parlamentares em vôos e aeroportos, foi o gene de um processo que selou a sentença de morte do imposto.
Na última semana, a violência chegou ao ápice com a invasão do Congresso por sindicalistas policiais, que depredaram o prédio ao coro de “polícia unida jamais será vencida”.
Ao sancionar a Lei 11.648, o ex-presidente Lula vetou exatamente o artigo que previa a prestação de contas, estimulando a criação de novos sindicatos à média de 250 por ano, ou 20 por dia.
É esse dinheiro que, de 2008 a 2015 somou R$ 1 bilhão só para as centrais sindicais, que viabiliza as mobilizações dos sindicatos, país afora, contra qualquer ameaça aos seus interesses.
Essa expansão resultou em bizarrices como o Sindicato dos Empregados em Entidades Sindicais – ou seja o sindicato dos sindicalistas -, e um outro, “das Indústrias de Camisas para Homens e Roupas Brancas de Confecção e Chapéus de Senhoras”.
A meta da maioria pela extinção do imposto obrigatório é pôr em votação o texto da reforma, ressalvados os destaques, dos quais o primeiro é o do imposto.
E querem fazê-lo entre hoje e amanhã.
Há sinais claros de que os cálculos são sólidos.
O primeiro deles, a recusa pública do relator da reforma, Rogério Marinho (foto), que afirma não ceder “um milímetro” quanto ao fim do imposto sindical obrigatório.
O segundo, a reação do presidente da Força Sindical, Paulinho da Força, de que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) sairá vencedora se prevalecer a extinção do imposto, por ser a única autossuficiente.
Não funcionará como a advertência que pretende incutir receio nos defensores da extinção: estes acham que a legitimidade dos sindicatos está diretamente vinculada à sua autossuficiência.
É esperar para ver.
Via Portal no Ar
0 Comentários