A antecipação da indicação de Raquel Dodge para procuradora-geral da República faz parte da estratégia ofensiva do Palácio do Planalto após a denúncia contra Michel Temer. Aliados do presidente na Câmara vinham sugerindo que ele antecipasse a escolha, como forma de mostrar, ao menos politicamente, que o mandato do atual procurador-geral, Rodrigo Janot, está no fim. Na avaliação dos aliados, o recado seria que as acusações já perderiam força porque ele está saindo da chefia da PGR em setembro.
Com a indicação, Temer dá início ao debate sobre a sabatina de Raquel no Senado, por exemplo, mudando foco. Além disso, reduz os ataques ao escolher, pela primeira vez, uma mulher para o cargo.
Até mesmo críticas de que não escolheu o primeiro da lista começaram a ser contornadas pelo fato de o candidato mais votado, Nicolao Dino, ser irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que em 2016 escolheu também o segundo da lista tríplice do MP estadual.
Deputados estavam incentivando Temer a tomar essa decisão.
— Michel faria muito bem indicando antes e o fez — disse um deputado aliado.
O Globo
0 Comentários