Depois da porta arrombada – inclusive por ele, que usou uma gravação irregular para impedir a posse de Lula na Casa Civil de Dilma Rouseff – o ministro Gilmar Mendes resolveu “chutar o balde” com mais força, hoje, falando na filial pernambucana do tal Lide, de João Doria dizendo que ficava horrorizado com a ” possibilidade de um governo gerido por juízes e promotores”.
“Deus nos livre disto. Os autoritarismos que vemos por aí já revelam que nós teríamos não um governo, mas uma ditadura de promotores ou de juízes”, disse o ministro, que voltou a ser aplaudido. “Não pensem que nós juízes ou promotores seríamos melhores gestores.”
Seguindo a crítica, Gilmar falou de benefícios pagos a juízes e promotores, como o auxílio moradia, e disse que “ninguém (do Judiciário) cumpre teto (salarial), só o Supremo”. E emendou a frase perguntando: “Vocês vão confiar a essa gente que viola o princípio de legalidade a ideia de gerir o País? Não dá”.
Agora que a água está no pescoço de Michel Temer e de Aécio Neves, Mendes declara que “expandiu-se demais a investigação, além dos limites”. E qual é, para ele, o objetivo? “É colocar medo nas pessoas. É desacreditá-las. Aí as investigações devem ser questionadas”.
Ele afirmou que “consciente ou inconscientemente, o que se passou a querer era mostrar que não havia salvação no sistema político” e que fez-se da corrupção um “programa monotemático” para procuradores e promotores, que foram “colocados no centro do debate nacional”.
Gilmar, patrono de Sérgio Moro na escola de Direito do “a lei conforme o réu”, agora se insurge em luta de vida ou morte de seus amigos. E também de seu “programa”: ““Em algum momento, parece que o País se voltou para isso: ‘não posso fazer a reforma da Previdência por que tenho que combater a corrupção’. Não pode ser assim”.
A cara de pau é tanta que ele diz que”“quem quiser fazer política, que vá aos partidos políticos e faça política lá. Não na promotoria, não nos tribunais”.
Inclusive no STF, não é, Dr. Gilmar?
Via Fernando Brito
0 Comentários