02/06/2017
05:22

secretariadoria

Folha e Estadão, em matérias bem semelhantes, dizem que João Dória formalizou, hoje, a criação de uma secretaria municipal para  “viabilizar recursos do setor privado”, segundo a descrição oficial, doações de empresas privadas  para a Prefeitura de São Paulo.

Seja lá o que for este “viabilizar” – não posso crer que o município não tenha findos que pudessem simplesmente receber eventuais doações – boa coisa não é.

Aliás,  a Folha publicou que a prefeitura tem, há muito tempo,  dois textos legais, os decretos nº 40384/2001 (de Martha Suplicy) e o 52062/2010 (de Gilberto Kassab) que dão ampla liberdade para captar doações.

Uma secretaria municipal para recolher esmolas empresariais – por mais que as possamos chamar de “investimento social” – cria a figura do advogado das empresas doadoras dentro da administração pública, aquele que vai “viabilizar” as doações e é capaz de oferecer contrapartidas.

Seja em merchandising, seja em “quebrações de galho” em relações com a Prefeitura, seja em outros negócios menos publicizados.

O secretário indicado por Doria é Cláudio Carvalho de Lima,”que nos últimos 12 anos trabalhou na construtora e incorporadora Cyrela Brazil Realty”, diz o Estadão. Tempo, portanto, suficiente para conhecer as situações que levaram a empresa a entrar “na lista de propinas recebidas pela quadrilha que fraudava o Imposto Sobre Serviço (ISS)” justamente em São Paulo, segundo o mesmo Estadão.

Ironicamente, a cerimônia inaugural da nova secretaria será a inauguração de banheiros públicos doados pela Cyrella.

Faz sentido.

Via Fernando Brito

Publicado por: Chico Gregorio

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