12/12/2016
05:35

Mais conservador, Congresso eleito pode limitar avanços em direitos humanos

Os detalhes nos relatos do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho mostram como a empreiteira trocava dinheiro por apoio de parlamentares na aprovação de leis que beneficiavam os interesses da construtora.

A prática, reconhece o autor da primeira delação da Odebrecht, tinha como consequência o que ele chamou de “privatização” dos agentes políticos. Em um depoimento de 82 páginas, Melo Filho revela como a relação com alguns integrantes no Congresso se revertia em benefícios para a empresa.

A ação da Odebrecht no Congresso seguia cinco etapas: 1) as empresas do grupo definiam quais MPs (Medidas Provisórias) e PLs (Projetos de Lei) poderiam beneficiá-las; 2) com esse levantamento era criado um documento chamado “Monitor Legislativo” com os projetos que seriam alvo de atenção diária; 3) a partir daí, era gerado um outro documento de acompanhamento das discussões no Congresso, o “Radar Legislativo”; 4) os responsáveis pela “relação institucional”, como Cláudio Melo Filho, buscavam inserir as empresas nos debates e influenciar a atuação do Congresso Nacional; 5) equipes técnicas preparavam notas sobre os pontos a serem defendidos no Congresso para ajudar no lobby com os parlamentares.

“A minha empresa tem interesse na permanência desses parlamentares no Congresso e na preservação da relação, uma vez que historicamente apoiam projetos de nosso interesse e possuem capacidade de influenciar os demais agentes políticos”, afirmou o ex-diretor.

Vale lembrar que Cláudio Melo Filho é apenas um dos homens que atuavam junto a políticos no Congresso. Em sua delação, ele enumera outros 17 funcionários de diferentes áreas da Odebrecht ou de outras empreiteiras, como OAS, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa.

UOL

Publicado por: Chico Gregorio

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