A eleição de 2014 foi, sem dúvida alguma, a competição mais desigual da história presenciada pelas terras de poti.
De um lado, Henrique Alves, presidente da câmara, que era naquele momento um dos homens mais poderosos do país. Ele tinha ao seu lado 07 ex-governadores, 07 deputados federais, 03 senadores, a Prefeitura do Natal, Câmara Municipal do Natal, Assembleia Legislativa do RN e praticamente todo o PIB potiguar. Com o desmembramento da Lava Jato, vai ficando claro que sua capacidade de arrecadação atravessava todo o Brasil. A imprensa quase em sua totalidade era verde bacurau. Henrique contabilizava mais de 120 prefeitos e, em 32 duas cidades, era inacreditavelmente apoiado pela situação, pela oposição e quase todos os vereadores.
Do outro lado, Robinson Faria com uma postulação modesta e que apostava nas andanças pelos grotões do Rio Grande do Norte. O corpo a corpo foi intenso. Sua equipe conta que tiveram de dormir algumas vezes dentro dos próprios carros em postos de gasolina, uma forma de ganhar tempo no fim da noite para voltar à estrada logo cedo pela manhã. Dado como um passeio em prol de Henrique, o pleito hoje tem resultado conhecido. Mas poucos acreditaram que Robinson sairia candidato e, menos ainda, que bateria a parada.
Muito se comenta sobre quão adverso foi o exito de Aluízio Alves em 1960 rumo ao Governo do RN. Porém, a diferença em relação a 2014 é gritante. Aluízio não partiu do zero como Robinson: era o nome de consenso dos comerciantes e empresários do Rio Grande do Norte. Contra Djalma Marinho, foi endossado pelo então prefeito de Natal, Djalma Maranhão, fortíssimo politicamente naquele cenário. Alves, portanto, estava lastreado financeiramente e também pelo viés político. Tanto que foi o primeiro a empregar estratégias modernas de marketing pelas nossas bandas.
Falo um pouco mais a respeito da comparação tecida acima em entrevista concedida ao portal Agora RN, por ocasião do lançamento do livro – “Eleições 2014: a geografia do voto no RN”.
Veja o bate-papo na íntegra aqui.
Por Daniel Menezes
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