O elevado endividamento das companhias brasileiras deverá ser mais um obstáculo à melhora de resultados nos próximos trimestres.
Para alguns economistas, com os fortes cortes que as empresas fizeram nos custos, uma pequena melhora nas vendas já poderia permitir um salto às companhias.
Essa não é a opinião de Jorge Simino, diretor de investimentos da Funcesp, que afirma considerar que as companhias não estão “tão bem azeitadas assim”.
“Demitiram, otimizaram a logística, mas o custo financeiro está na lua”, lembra.
Sem crescimento de vendas e redução de juros, as grandes empresas não diminuem o endividamento financeiro.
“Todas as variáveis não financeiras estão mais ajustadas, mas tem um estrangulamento financeiro, salvo para quem tem dívida atrelada ao câmbio, porque o real se valorizou”, afirma ele.
“Para chegar a juros de um dígito, talvez em 2018, precisa ter uma reforma [da previdência] que não seja uma ‘reforminha’”, diz.
Uma melhora significativa nos resultados é esperada do segundo trimestre para o terceiro de 2017, com a Selic mais “palatável, o emprego deixando de piorar e a roda do consumo comece a girar, ainda que bem devagar.”
Para o experiente gestor de recursos, entre empresas da Bolsa com potencial de reação acima do estimado, estão as de celulose e a Vale – exportadoras, e esta se beneficiou de alta do minério de ferro.
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