Um membro do grupo de Micarla perguntou ao índio Poti, de modo retórico, se ele estava acompanhando o caso dos calçadões de Carlos Eduardo, que não aguentam nem uma brisa, que desmoronam. Milhões na casa dos dois dígitos já foram jogados no mato, quer dizer, na construção das frágeis e temperamentais obras.

Índio Poti ficou ouvindo o desabafo do dito cujo.

Rapaz, pense aí se fosse Micarla? Sem imaginação fértil, o indigêna já mencionado aguardou, bastante atento, o interlocutor emendar a resposta.

Eu digo, falou o rapaz já bufando:

– O possível desperdício do dinheiro público já estaria no RN inteiro como fato consumado;

– A Inter TV Cabugi transmitiria o seu telejornal de lá, com alguém com um rosto indignado, filmando o calçadão derrubado;

– A tribuna do norte faria um caderno especial sobre as obras de Micarla;

– O PT e os estudantes fariam uma passeata até a Câmara;

– E o Ministério Público já teria pedido a prisão do secretário até o motorista da secretaria.

Diga aí, se não seria assim, finalizou?!

É, tem lá a sua carga de sentido.