O governo não tem se cansado da arte de fazer inimigos, prejudicar seus negócios e confundir até pessoas de boa vontade com o novo presidente. Tanto que, no final da semana útil, o Planalto resolveu outra vez arrumar a casa, no dizer de um ministro.
Ministros são chamados às falas para falar menos, “cabresto curto”. Acerta-se o calendário de votação do teto e da mudança na Previdência. A “reforma ministerial” fica para o ano que vem; seria feita na medida do apoio dos partidos a essas emendas constitucionais. A trabalhista, fica “para depois”.
A motivação imediata dessa conversa foi a mais recente saraivada de tiros do governo no próprio pé, o anúncio de uma razia nas leis do trabalho deste país de 11,6% de desemprego. O problema, obviamente, não é apenas de relações públicas, embora o governo pareça incapaz mesmo de fazer demagogia verbal eficiente, que é de graça.
Além de colocar um freio na conversa trabalhista, no Planalto se diz que “foi encaminhado” com as cúpulas da Câmara e do Senado o calendário da votação do teto de gastos do governo e da reforma da Previdência. O teto seria votado neste ano. A mudança da Previdência passaria na Câmara e ficaria para 2017 no Senado. Nada anda, porém, até a eleição.
No entanto, a grande impopularidade do governo não terá melhorado com essa história de reforma trabalhista, mais um capítulo de Maquiavel às avessas: anunciar aos poucos a intenção de fazer o mal.
Por blog do Murilo.
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