O prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT) tem pontos positivos, como não ter uma gestão desastrada, a exemplo da que foi a de Micarla de Sousa. Mas o estilo “estrela” somado aos 20 anos de sua parceria com a atual vice-prefeita Wilma de Faria e a proximidade política com a Operação Lava Jato a partir da sua aliança político-familiar com o PMDB do ex-ministro Henrique Eduardo Alves são os três pontos que precisam ser trabalhados pelo prefeito para minimizar qualquer possibilidade de derrota nas eleições deste ano.

O prefeito tem uma gestão cujo referencial é a gestão da sua antecessora, Micarla de Sousa. Micarla conduziu Natal numa administração desastrosa: os serviços elementares deixaram de ser prestados minimamente bem e surgiram suspeitas de corrupção. Resultado: o algoz dela, Carlos Eduardo, emergiu das cinzas do passado para voltar a comandar o Palácio Felipe Camarão. Fico me indagando o que teria ocorrido se o referencial do prefeito fosse seu mandato passado, anterior ao de Micarla. Tenho a impressão de que ele não se sairia muito bem.

O prefeito recebe críticas diárias de aliados, devido seu estilo “estrela”. Carlos vai para qualquer conversa como um “astro da política potiguar”, como se isso valesse muita coisa nos dias de hoje de bastante descrédito na política. Mas, o fato é que o ar que ele repassa a quem conversa com ele é o de que este ser deve se sentir agraciado por ter a oportunidade de dialogar com ele. Ou seja, todos devem reverenciar a chance de estar ao lado dele. É uma “estrela”.

Superado o estrelismo, Carlos Eduardo deve ficar alerta aos vinte anos de gestão dele e de Wilma de Faria. A cidade pode ter se cansado dessa parceria. Sobretudo, se surgirem propostas mais modernas no decurso da campanha. O prefeito comanda Natal não apenas há dez anos, mas há vinte, se somado o tempo de seu governo com o de Wilma de Faria. A dupla está no comando da capital há duas décadas, e a cidade nunca saiu do binômio grama no canteiro-iluminação pública.

O terceiro ponto que pode pesar contra o prefeito chega a ser nevrálgico: trata-se da proximidade dele com o PMDB, que, no caso do RN, está enlameado na figura de Henrique Alves, seu presidente, investigado na Lava Jato e dono de conta na Suíça para recebimento de propina. Há quem afirme, nos últimos dias, que o prefeito deve recuar da aliança com o PMDB, dado o poder de estrago que teria essa aliança na sua candidatura à reeleição. Mas essa é história para outra postagem.