Apesar de o presidente Jair Bolsonaro negar repetidamente que vai repartir a Esplanada dos Ministérios entre partidos da base aliada no Congresso, políticos do Centrão seguem articulando nos bastidores para tentar abocanhar mais espaço no governo. Aliados do Executivo passaram a sugerir que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, assuma o Ministério das Relações Exteriores. O movimento atenderia a dois desejos: substituir o chanceler Ernesto Araújo e liberar a Agricultura para indicações de parlamentares.
Um dos principais argumentos é que Tereza Cristina à frente da Agricultura demonstrou bom trânsito em diversas agendas internacionais. Recentemente, a ministra foi convocada a ajudar na interlocução com a China para a liberação de insumos destinados à fabricação de vacina contra a covid-19.
A ministra mantém diálogo frequentes com o embaixador chinês Yan Wanming. No auge da tensão causada por declarações do ministro Ernesto Araújo e do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) por questões ideológicas, Tereza Cristina atuou para evitar retaliações comerciais.
Com o apoio do setor produtivo, a chefe da Agricultura também tem atuado para ratificar o acordo firmando entre Mercosul e União Europeia. Anunciado em 2019, o tratado enfrenta resistência de países europeus que citam a política ambiental do governo Bolsonaro para sacramentar o acordo.
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