Enquanto cerca de duas mil pessoas são alvo de uma investigação feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) na Paraíba por terem um padrão de renda alto, consideradas ricas, e mesmo assim constarem na lista das beneficiários do estado que receberam pelo menos uma parcela do auxílio emergencial pago pelo governo federal durante a pandemia do coronavírus, dois mil paraibanos denunciaram ao Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União que não estão conseguindo receber o auxílio emergencial do Governo Federal neste período de pandemia, mesmo demostrando a necessidade econômica para a ajuda.
De acordo com o superintendente da CGU na Paraíba, Severino Souza de Queiroz, entre as pessoas identificadas como beneficiárias indevidas, por terem um alto padrão de consumo, estão filhos de políticos, empresários e até proprietários de embarcações. Um outro levantamento feito pela CGU em parceria com o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) já havia identificado quase 26 mil servidores públicos de prefeituras e do governo do estado tinham recebido a ajuda de R$ 600 indevidamente.
“Estamos usando a base de dados do Renavan, bem como identificando a lista de pessoas jurídicas que constam como beneficiários. Além disso, temos recebido uma série de denúncias, de pessoas que supostamente constam na lista como beneficiário, mas que são filhos de grandes empresários, de políticos, de pessoas que realmente não precisam dessa ajuda”, comentou o superintendente da CGU na Paraíba.
Enquanto isso quem precisa não consegue – Cerca de dois mil paraibanos denunciaram ao MPF e a Defensoria Pública da União que não estão conseguindo receber o auxílio emergencial do Governo Federal neste período de pandemia. Segundo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraíba (OAB-PB), Paulo Maia, essas pessoas começaram a buscar ajuda dos órgãos públicos há 60 dias, mas todos os casos ainda estão sendo analisados pelos advogados de forma gratuita junto à Caixa Econômica Federal (CEF). O auxílio é concedido a pessoas que, comprovadamente, estão em situação de vulnerabilidade financeira e social durante este período. Para ajudar essas pessoas que por algum motivo tiveram a ajuda negada ou necessitam de uma nova análise do cadastro para receber o benefício, a OAB -PB criou uma força-tarefa com o objetivo de analisar os pedidos indeferidos. Quem ainda estiver se sentindo injustiçado, por não ter o pedido do benefício aceito, basta se cadastrar através dos sites do Ministério Público Federal ou na Defensoria Pública da União.
PBAgora.
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