08/05/2020
08:32

Em nota, clube que foi presidido pelo general Hamilton Mourão os militares da reserva defendem ainda os atos golpistas com a participação de Bolsonaro, afirmando que “não se pode dizer que esses movimentos são antidemocráticos”

O Clube Militar do Rio de Janeiro emitiu nesta quinta-feira (7) uma nota de repúdio em que ataca duramente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que em decisão no início da semana autorizou oitiva de autoridades mesmo que seja necessária condução coercitiva ou “debaixo de vara” no inquérito que investiga as denúncias feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro.

“São páginas e mais páginas de ilações e comentários completamente desnecessários, utilizados tão somente para demonstrar seu ódio pelo governo federal e pelos militares”, diz o texto da caserna de militares da reserva, que foi presidido pelo vice-presidente, General Hamiton Mourão (PRTB) até seu nome ser lançado como vice na chapa com Bolsonaro nas eleições de 2018.

Na nota, assinada pelo general Eduardo José Barbosa, presidente do clube, os militares da reserva defendem ainda os atos golpistas com a participação de Bolsonaro, afirmando que “não se pode dizer que esses movimentos são antidemocráticos”.

“Podemos, sim, afirmar que existem engrenagens do sistema que estão atuando fora do contexto democrático. O referido despacho do Ministro, bem como outras interferências indevidas e omissões entre os Poderes, bem demonstram essa afirmação”.

Leia a nota na íntegra

NOTA DE REPÚDIO

Clube Militar
Rio de Janeiro, 07 de maio de 2020

Gen Div Eduardo José Barbosa
Presidente do Clube Militar

O Clube Militar repudia enfaticamente o despacho exarado ontem pelo Ministro Celso de Mello, do STF, no inquérito que apura denúncias do Ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública contra o Presidente da República.

Em primeiro lugar, depreende-se que existe ali quase que uma defesa de tese para alunos universitários. São páginas e mais páginas de ilações e comentários completamente desnecessários, utilizados tão somente para demonstrar seu ódio pelo governo federal e pelos militares.

Quanto ao despacho em si, “parabéns” ao Sr Ministro ao discorrer sobre a publicidade que deve ser dada às investigações, particularmente quando envolve autoridades públicas. Quem sabe essa afirmativa sirva, por exemplo, para tornar públicos alguns inquéritos sigilosos que tramitam no próprio Supremo? Ou aquelas investigações envolvendo os próprios Ministros e seus parentes, “amigos” e Congressistas?

Revista Fórum.

Publicado por: Chico Gregorio

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