O Rio Grande do Norte terá ocupação de máxima dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Sistema Único de Saúde (SUS) por conta da Covid-19 no próximo dia 21 de maio. A falta de unidades de atendimento hospitalar intensivo poderá se estender por até 80 dias.As projeções são de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O estudo analisa a evolução da epidemia do novo coronavírus por todo o Brasil.
Segundo o estudo da UFMG, durante o período de ocupação máxima, o déficit de UTIs no sistema público só acabará no dia 8 de agosto.
O levantamento foi feito a partir de informações a respeito do número de leitos, taxa de ocupação antes e depois do início da epidemia, tempo de internação dos pacientes e o número de novos casos e percentual da população infectada.
Segundo os pesquisadores, o modelo numérico estima em quanto tempo o sistema ficará saturado, o que permite que os gestores públicos de saúde trabalhem na ampliação da rede hospitalar, bem como nas ações para conter o avanço no contágio do novo coronavírus.
O mecanismo também faz uma estimativa dos leitos gerais dos hospitais, usados para tratar os pacientes menos graves. Com relação a este grupo, o Rio Grande do Norte não vai sofrer com falta de leitos gerais pelos próximos três meses.
O período mais crítico da falta de leitos de UTI vai acontecer entre os dias 17 de junho e 7 de julho. Neste período de tempo, segundo os pesquisadores, o Rio Grande do Norte poderá ter até 300 pessoas disputando uma vaga de internação crítica.
Para o estudo, os pesquisadores levaram em consideração que o Rio Grande do Norte dispõe de 103 leitos de UTI exclusivos para o tratamento de Covid-19. O levantamento foi feito a partir de dados públicos analisados em abril.
Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap), com dados do último sábado (2), a rede pública potiguar tem 119 leitos de UTI. Deste total, a taxa de ocupação está em 45%, ou seja, com 54 leitos ocupados. Até o momento, o RN tem 1.392 casos de Covid-19 confirmados.
Com relação aos casos de Covid-19, os dados da UFMG mostram que até agosto o Rio Grande do Norte terá atingido 34 mil casos.
O mês de junho será o mais crítico entre os potiguares. A média de infecções ficará acima dos 600 registros diários.
A ferramenta para a análise completa está disponível no site do Laboratório de Tecnologias de Apoio à Decisão em Saúde (Labdec) do Departamento de Engenharia de Produção e pelo Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon), que é o órgão de pesquisa da Faculdade de Medicina da UFMG.
A ferramenta permite que os gestores de saúde façam as próprias simulações sobre a velocidade com que os leitos gerais e de UTI serão ocupados.
Agora RN
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