Os impactos financeiros que estão sendo causados pelo avanço do coronavírus no mundo ainda são desconhecidos. No Brasil, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que representa aproximadamente 500 mil empresas em todo o País, estima perdas superiores aos R$ 100 bilhões nos próximos meses. A projeção, divulgada nesta sexta-feira, 20, tem como premissa a normalização das atividades a partir de maio. “Caso os efeitos da pandemia avancem além desse período, o impacto poderá ser ainda maior. Uma de nossas missões é manter os dados sempre atualizados a esse respeito”, afirma a entidade em nota distribuída à imprensa.
Numa tentativa de mitigar os danos à economia, aos negócios e aos empregos, a CNDL apresentou um conjunto de propostas ao governo federal. “Entre os pontos que buscamos junto ao governo, destacamos: a suspensão, por três meses, da cobrança do ISS e do ICMS sobre a comercialização de produtos e serviços, para micro e pequenas empresas; a suspensão do contrato de trabalho com acesso ao seguro desemprego; a suspensão do recolhimento do FGTS por três meses; a suspensão de empréstimos por 60 dias e da execução dos protestos em cartório pelo prazo de 60 dias; entre outros”, lista a entidade.No dia 16 de março, o governo federal, através do Ministério da Economia, anunciou a primeira parte de um pacote de socorro econômico. O ministro da Economia, Paulo Guedes, detalhou que o governo pretende injetar até R$ 147,3 bilhões na economia nos próximos três meses para amenizar o impacto do coronavírus sobre a economia e o sistema de saúde. Segundo o ministro, a maior parte dos recursos vem de remanejamentos, de linhas de crédito e de antecipações de gastos, sem comprometer o espaço fiscal no Orçamento.
Conforme Guedes, até R$ 83,4 bilhões serão aplicados em ações para a população mais vulnerável, até R$ 59,4 bilhões para a manutenção de empregos e pelo menos R$ 4,5 bilhões para o combate direto à pandemia. Aproximadamente R$ 15 bilhões deverão ser pagos no que o governo batizou de ‘coronavoucher’ aos trabalhadores autônomos. Cada um deles deverá receber, por três meses, R$ 200.
Apesar do impacto na economia, a CNDL se mostra favorável ao fechamento do comércio no país. “Diante dos exemplos de outros países e dos números crescentes da pandemia no Brasil, a CNDL manifesta sua preocupação em zelar pela saúde da população brasileira. Para tanto, defende o fechamento geral do comércio de todo o Brasil durante o período de avanço do vírus, com exceção de serviços básicos, como supermercados e farmácias, que devem funcionar com regras de utilização para que se evitem aglomerações”.
A entidade complementa apontando que entende “que a medida diminuirá o avanço do vírus e possibilitará o retorno das atividades o mais rapidamente possível. Enquanto houver pessoas nas ruas, o vírus continuará avançando. Seguindo as condições de trabalho recomendadas pela ANS e pelo Ministério da Saúde, a CNDL e o SPC Brasil, também adotaram o regime de teletrabalho ou home office. Neste momento, é fundamental o alinhamento dos governos municipais, estaduais e federal em busca de caminhos que diminuam o impacto e as consequências dessa crise econômica, mas sobretudo humanitária”.
Números
R$ 100 bi é o valor de perdas estimado pela CNC em decorrência da quarentena pelo coronavírus
R$ 165 bi deverão ser investidos pelo governo federal nas medidas de enfrentamento aos efeitos do coronavírus na economia
TRIBUNA DO NORTE
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