07/11/2019
07:42

A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) disse nesta quarta-feira, 6, que é contra a proposta encaminhada ao Congresso Nacional que prevê a extinção de municípios com menos de 5 mil habitantes e arrecadação muito baixa.

A medida compõe uma série de projetos anunciados na véspera pelo presidente Jair Bolsonaro para criar um novo pacto federativo. Segundo a parlamentar, o governo federal “não apresentou elementos suficientes que demonstrem a razoabilidade e a eficácia” da extinção em massa de municípios.

Se a proposta de Bolsonaro for aprovada, pelo menos 10 dos atuais 167 municípios do Rio Grande do Norte podem ser extintos. Isso porque o projeto prevê a absorção por municípios vizinhos de cidades que tenham menos de 5 mil habitantes e receita própria inferior a 10% da receita total.

De acordo com o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, a incorporação valerá a partir de 2026. Caberá a uma lei complementar definir qual município vizinho absorverá a prefeitura deficitária. A ideia é que municípios não absorvam mais do que três outras cidades.

O governo alega que a fusão de municípios promoverá o fortalecimento da federação e maior autonomia para gestão de recursos.

Em nota, a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) disse que as mudanças pretendidas pelo governo “afetam desde a economia até o dia a dia da população”. A entidade pediu que sejam avaliados cautelosamente os impactos econômicos, políticos e sociais da medida e prometeu realizar um levantamento completo de quais municípios podem ser afetados com a medida no RN.

Natália Bonavides também criticou outras duas propostas enviadas pelo governo. A primeira é que permite a governadores e prefeitos flexibilizarem a aplicação de recursos na saúde e na educação. De acordo com a proposta, os percentuais mínimos estabelecidos para aplicação das verbas não serão alterados. O que será permitido é o gestor administrar conjuntamente ambos os limites, o que significa que ele poderá compensar um gasto de uma área na outra. Já a segunda proposta autoriza a redução de jornada de trabalho dos servidores, e salário na mesma proporção, em casos de aumento de gastos.

“Nos preocupamos com a situação dos servidores e com o funcionamento dos serviços públicos, principalmente quando a proposta também busca desindexar, desobrigar e desvincular os recursos hoje garantidos para a saúde e a educação”, afirmou.

Via Agora RN

Publicado por: Chico Gregorio

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