
“Quem vai ter direito a ver do mar?”. Esse foi o questionamento feito pela vereadora Divaneide Basílio sobre os planos do prefeito Álvaro Dias (MDB) em promover maior verticalização da orla de Natal. A vereadora é contrária às propostas defendidas pelo prefeito sobre o plano diretor de Natal. Durante sessão extraordinária realizada na quinta-feira (19), pela Câmara Municipal, ela defendeu a importância de se construir uma cidade para as pessoas que vivem nela.
Álvaro DIAS chegou a afirmar que não recomenda ninguém a visitar a orla, considerada por ele como feia, decadente e que prejudica a cidade.
“A prefeitura precisa ter muito cuidado com essas afirmações porque culpabiliza a sociedade duas vezes: uma pela ausência do direito; e a segunda, para dizer ‘está feio, vamos fazer prédio porque assim a orla vai ficar bonita’. Trocar uma visão, uma paisagem, por uma construção predial e ter isso como uma visão de beleza é desconsiderar as pessoas que vivem nela, desconsiderar as pessoas que embelezam a orla caminhando, trabalhando ou vivendo próximas de seus trabalhos”, criticou Divaneide, que completa: “a gente não pode criar uma nova orla para quem nunca viveu nela ou para quem só deseja que ela seja de exclusividade de quem possa pagar”
A vereadora pelo PT é contra a proposta apresentada por Álvaro Dias em reunião com empresários e reforçada na Câmara. Para ela, a verticalização não representa uma saída para atrair turista.
“As pessoas não chegam aqui pra ver prédio, chegam pra ver belezas naturais e sentir a hospitalidade do nosso povo. Uma cidade que precisa ser inclusiva e acessível. A nossa praia não tem banheiro, não tem acessibilidade. A nossa praia precisa de cuidado. O que está feio na nossa orla é o abandono e não a nossa orla em si”, ressaltou, antes de destacar:
“Uma cidade sem paisagem não é uma cidade que as pessoas querem. Elas não querem uma cidade de concreto, querem uma cidade de verdade, com sol, com mar. Imagine a gente perder a visão do Forte dos Reis Magos, da Ponte Nova, perder a visão do mar. Quem vai ter direito a ver do mar? Direitos humanos é para todo mundo, não só para uma pequena parcela da sociedade com um poder aquisitivo mais alto. Eu acho que nós não temos que ter pressa na aprovação do plano, sob pena de aprovarmos uma proposta que vá retroagir em direitos. Nós temos que ter muita cautela, os debates têm que acontecer, a sociedade civil precisa participar”, afirmou.
Via Agência Saiba Mais.
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