Os três grandes bancos privados do país lucraram no primeiro semestre do ano R$ 32,2 bilhões, um crescimento de 17,9% na comparação com o mesmo período de 2018. A estrutura dessas instituições tende a ficar mais tímida. O Itaú Unibanco, inclusive, anunciou um programa de demissão voluntária (PDV) que pode atingir até 6,9 mil funcionários. Dessa forma, as instituições privadas também aderem a esse recurso, assim como já foi feito por Banco do Brasil e Caixa. Com a digitalização, os bancos conseguem com que os clientes demandem menos serviços em agências e, dessa forma, fechar esses pontos de atendimento. Entre os privados, são mais de 200 agências a menos nesse ano, sendo que o movimento foi liderado pelo Itaú Unibanco.
— O fechamento das agências se dá por necessidade dos nossos clientes. Com a digitalização de serviços, há uma redução da busca por agências e ainda temos uma quantidade considerável delas umas próximas a outras, fruto das fusões — disse Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco.
O Itaú Unibanco fechou 212 agências no primeiro semestre do ano. O movimento vai continuar nos próximos meses, mas Bracher afirmou que embora não tenha um número definido, o total de pontos de atendimento fechado no segundo semestre do ano não deverá ser superior aos primeiro semestre.
Os funcionários que serão convidados a participar do PDV da instituição são os que já completaram 55 anos e que atendam alguns critérios, como terem usufruído de algum tipo de estabilidade. No semestre, o quadro de funcionário do banco foi reduzido em 1.043 colaboradores, para 98.446.
— Nós miramos um público que acreditamos que pode estar mais propenso e desejo de uma alteração de carreira, ou por conta da idade ou porque já está em uma situação (financeira) mais estável — avaliou Bracher.
O BB anunciou na última segunda-feira um plano para cortar até 3 mil funcionário e a Caixa já está com um PDV em aberto.
O Bradesco também vem efetuando o fechamento de agências. Entre janeiro e junho, 36 foram fechadas, para 4.581 agências. No entanto, desde que comprou o HSBC Brasil, o banco vem ajustando a sua rede. Em 2016, eram 5.314 pontos de atendimento tradicionais.
Na avaliação de Felipe Silveira, analista da corretora Coinvalores, os bancos, de forma geral, estão se preparando para enfrentar no médio prazo um ambiente de maior competição devido ao efeito dos bancos digitais e fintechs (empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros).
— Os bancos estão mostrando que tem feito um movimento para buscar eficiência em um novo momento para o setor, de competição mais acirrada. Em algum momento, a oferta de contas e serviços digitais vai pressionar (as receitas) os bancos. Nesse cenário, há a oportunidade de reduzir o tamanho da rede — avaliou.
Ao reduzir os custos com custos de agências ou quadro de funcionários, ficam com um índice de eficiência melhor. Esse indicador é a relação entre despesas e receitas de uma instituição e, quanto menor, melhor. Um indicador de 50% significa que a instituição gasta R$ 50 para arrecadar R$ 100, por exemplo.
O GLOBO
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