247 – O PSDB prepara-se para ocupar o lugar preferido historicamente pelos tucanos: subirá para o muro no segundo turno das eleições, já consolidado entre Haddad e Bolsonaro. Enquanto isso, ao pé do muro, vários líderes tucanos deverão apoiar Bolsonaro, como João Doria em São Paulo e a dupla Aécio/Anastasia em Minas Gerais. Uma boa definição do que acontece no PSDB foi a do jornalista Raymundo Costa, que escreveu em sua coluna no Valor Econômico: “A campanha de Geraldo Alckmin está com infiltração bolsonarista no telhado e nas paredes, mas o PSDB deve liberar o voto de seus militantes no segundo turno, se o candidato do partido ficar pelo caminho” (a íntegra do artigo aqui).
Costa resume assim o impasse no PSDB:
“O PSDB histórico não vai apoiar o candidato do PSL, apesar da ampla infiltração bolsonarista, devido a oposição dele em relação a bandeiras caras ao partido, como a defesa do direitos humanos e das minorias, só para citar dois exemplos. A matriz autoritária da candidatura de Bolsonaro também assusta.
Haddad é um nome simpático a setores do PSDB, como Fernando Henrique Cardoso. Mas o que se espera é que nem ele avance nessa direção. Apoiar o PT, partido com o qual os tucanos fizeram contraponto nos últimos 24 anos, seria a negação de tudo o que fez o PSDB desde que virou oposição.
Além disso, depois de muito relutar, a campanha de Alckmin também adotou um tom mais agressivo em relação a candidatura de Haddad nos últimos dias, o que só dificulta qualquer conversa.”
É o ocaso do partido que foi social-democrata em sua fundação, em 1988, e migrou cada vez mais para a direita, a partir da Presidência de FHC (1995-2002). Ou, nas palavras cruas do tucano histórico Arthur Virgílio, prefeito de Manaus: “O PSDB acabou”.
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