28/04/2018
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Flagra de Sérgio Moro e Dallagnol em mesa de bar com corruptos chocou até defensores

Desde que mandou prender o doleiro Alberto Youssef em 2014, oito anos depois de tomar conhecimento de que ele continuava delinquindo, Sergio Moro se tornou uma das pessoas com maior poder no Brasil.

Juiz de primeira instância, poderia ter sido barrado nas instâncias superiores, mas, fazendo uso eficiente da velha imprensa, emparedou autoridades que tentaram se contrapor aos seus excessos.

O caso mais expressivo foi o de Teori Zavascki, que, alertado em habeas corpus da ilegalidade da Lava Jato, anulou todas as prisões da primeira leva, inclusive a de Paulo Roberto Costa.

Era inicio de 2014 e Moro, a seu modo, reagiu. A vara que ele chefia vazou para a versão online da revista Veja que, entre os soltos, estaria um homem preso por tráfico, cliente de Youssef.

O caso repercutiu no Jornal Nacional e Teori foi à TV se explicar. Libertou apenas Paulo Roberto Costa, e manteve todos os outros na prisão.

Teori nunca falou sobre sua motivação, mas é provável que seu recuo tenha sido por medo da manipulação que Moro aprendeu a fazer da chamada opinião pública (ou publicada).

Dois meses depois, Moro capturou de novo Paulo Roberto Costa, e desta vez ninguém mais se atreveu a contestá-lo. Hoje, solto por acordo de delação premiada e vivendo com um padrão de vida, Paulo Roberto sumiu do noticiário.

Mas Moro continua, e já não desperta tanto temor quanto antes. Continua forte — tanto que o Conselho Nacional de Justiça não vota a representação contra ele pelo vazamento ilegal das escutas telefônicas da então presidente Dilma Rousseff.

Mas é possível que tenha chegado à fase em que, depois de escalar o monte, começa a descer a ladeira. A conferir.

Um indício nessa direção é o vídeo vazado em que ele aparece, com a língua enrolada, pedindo mais uma rodada de cerveja no bar, ao lado de Carlos Zucolotto Junior, o advogado amigo que um réu da Lava Jato, o advogado Rodrigo Tacla Durán, acusa de tentar lhe vender facilidade em acordo de delação premiada. Vídeo abaixo.

No bar, estava o cantor Fagner, desafinado, que lhe homenageia com a música Borbulhas de Amor. O encontro de Fagner com o juiz foi proporcionado pelo empresário Joel Malucelli, envolvido num caso de corrupção investigado pela Lava jato.

Segundo o Ministério Público Federal, a empreiteira de Malucelli pagou propina para participar de um dos consórcios que construíram a usina de Belo Monte. Foi Malucelli, amigo de Moro, quem proporcionou a ida de Fagner a Curitiba, quando os tempos eram outros — Dilma ainda não havia sido cassada.

O bar em que se divertem é o Paraguassu Grelhados, de um irmão de Carlos Zucolotto Júnior, João Luiz Zucoloto (este é grafado com único Z).

 

Publicado por: Chico Gregorio

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