
Foto: Ricardo Stuckert
O que leva uma professora de história de 67 anos a sair da pacata cidade de Valinhos, no interior de São Paulo, comprar uma barraca e viajar quase 500 quilômetros de ônibus para acampar em uma calçada?
A fila formada por barracas improvisadas nas calçadas do bairro Santa Cândida não aguardam pelo show de um astro pop. São contracultura pura. E para entender o fenômeno que ocorre nos arredores da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba não é preciso ser antropólogo. A multidão que ocupa o entorno da prisão do ex-presidente Lula é a personificação dele mesmo, caminhando através dos seus, ali do lado de fora. O Lula que conversa com empresários e catadores. Com freiras e pais de santo. Apenas ele capaz de reunir tanta gente, de tantos times e credos, por um mesmo ideal: o de tirá-lo de lá.
Vera Lúcia Vieira dos Santos narra seus sintomas. “Estou sentindo a dor do parto. Eu consegui me separar do meu marido mas do Lula não consigo”. São 22h de quinta-feira (12) e a professora de história permanece sentada na porta de sua barraca, observando serena a movimentação de um grupo que desce a rua para buscar água e abastecer o acampamento.
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