01/03/2018
09:48

O discurso liberal do empresário Flávio Rocha não encontra eco no balanço financeiro do grupo Riachuelo. Contabilizando isenções fiscais concedidas pelos governos federal e estaduais nos últimos 10 anos, sobretudo no Rio Grande do Norte e Ceará, além de 23 empréstimos aprovados junto ao BNDES entre 2009 e 2016, o Estado brasileiro injetou nas empresas do grupo Riachuelo o montante de R$ 3 bilhões no período. Parte desse dinheiro, relativo ao crédito adquirido junto ao Banco, já foi devolvido com juros subsidiados. O que chama a atenção no discurso do empresário é a defesa de um Estado mínimo e opressor para o segmento empresarial em contraposição ao papel da máquina estatal no fomento da economia de grandes empresas como a Riachuelo, seja via isenção fiscal ou empréstimos a juros bem abaixo do mercado.

Levantamento realizado pelo economista Aldemir Freire e divulgado nas redes sociais revela que de 2007 a 2017 as empresas do grupo receberam R$ 1,6 bilhão em incentivos fiscais dos governos federal e estaduais, onde a indústria Guararapes, braço têxtil da corporação, tem sede. A maior fatia desse montante é relativa a ICMS (R$ 1,02 bilhão) e o restante originário de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), cuja soma chega a R$ 590 milhões. O Rio Grande do Norte é responsável por mais de 40% da política de isenção fiscal que beneficiou a Riachuelo na última década. As fontes das informações pesquisadas pelo economista foram as próprias demonstrações financeiras da empresa divulgadas no site da Riachuelo, através do link Relações com Investidores. Já os valores dos empréstimos estão disponíveis para consulta pública do portal do BNDES.

 

Publicado por: Chico Gregorio

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