11/12/2017
09:02

por Dinarte Assunção

A primeira mensagem chegou depois das 10h.

Depois dela, se somaram outras. Todas de mesmo teor, numa corrente em que se arrastavam a degradação e se expunha a miséria humana.

No foco das mensagens, o governador Robinson Faria e a primeira-dama, Juliane Faria, que protagonizou uma crise política nesta semana.

Qualquer que seja a dimensão da crise, ninguém tem o direito de arrastar os eventos da vida pública, e de maneira tão vil, tão perversa, para a vida privada.

Seria mais um fato sem muita relevância dessa Natal habituada a espreitar a vida alheia. Mas, nessa cidade cheia de juízes da índole do outro, o ataque ao casal tomou proporções abomináveis, pensei, quando a sexta mensagem da corrente miserável desembarcou na minha conta do Whatsapp.

Natal não tem jeito. Desde sempre e para sempre vocacionada a reproduzir essa legião de miseráveis.

As mais variadas detratações sobre a vida privada do casal continuaram até a publicação deste texto sendo repassadas com o silêncio mórbido de quem se delicia com uma desgraça que sequer sabem se é verdade, o que não minimizaria a gravidade da falha moral se verdade fosse.

Convém lembrar que quando todo mundo quer saber é porque ninguém tem nada com isso ou, para citar outra máxima, o que Pedro pensa de Paulo, diz mais sobre Pedro do que Paulo.

Não é o caráter do governador ou da primeira-dama que está em questão, portanto. É o seu, se parte você procurou fazer do movimento silencioso de se deliciar com algo tão degradante.

Mas não estremecei, ó, miserável. A fofoca é defeito apenas contra o outro. Aplique a si mesmo as inquietações da maledicência e a fofoca será uma virtude. É preciso apenas ter a grandeza e a coragem moral que lhe falta para se edificar sem rebaixar os outros.

Publicado por: Chico Gregorio

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