Nas últimas semanas, a agência Saiba Mais produziu minuciosa cobertura do conflito entre o empresário Flávio Rocha, diretor do grupo Guararapes Confecções S.A., e representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), motivado pela constatação, após visitas de inspeção, do que seriam inúmeras infrações no cumprimento da legislação trabalhista, por parte das chamadas facções, pequenas empresas de confecções, que foram instaladas no interior do estado, a partir de um programa de financiamento público, o Pró-Sertão, para atender exclusivamente a demanda do grupo empresarial a que pertence as lojas Riachuelo.
O MPT deu entrada a uma ação civil pública que cobra na Justiça uma indenização de cerca de R$ 37,7 milhões de reais já que a empresa é acusada de usar as facções para subcontratar mão de obra, escapando assim do pagamento de direitos e obrigações trabalhistas, já que, embora pareçam ser outras empresas, as facções estão, de fato, sob o controle econômico do grupo Guararapes, que é o único comprador de toda a produção e que impõe a elas regras de produção bastante estritas, sem que essa relação esteja acobertada por qualquer tipo de contrato. No episódio, dois eventos chamaram a atenção pelo inusitado: o empresário passou a atacar, inclusive com ameaças, através das redes sociais, o MPT, notadamente a procuradora Ileana Neiva, acusando-os de perseguição, de serem responsáveis pelo desemprego no estado, por obrigarem a empresa a deslocar a sua produção para o Paraguai. O mais chocante é que o empresário organizou uma manifestação na porta da sede do MPT, oferecendo ônibus para transportar funcionários, notadamente costureiras, que trabalham na própria fábrica do grupo, que incorporando o discurso do patrão passaram a atacar o Ministério Público do Trabalho, com faixas em que se podia ler: “Aqui somos felizes”.
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