Da Folha
“Um livro otimista num momento pessimista.” É assim que o filósofo Renato Janine Ribeiro se refere à nova obra “A Boa Política”, lançada na última semana.
O ex-ministro da Educação de Dilma Rousseff conceitua a “boa política” como uma dosagem entre democracia, república, liberalismo e socialismo. À Folha, Janine falou sobre os governos tucanos e petistas, o impeachment, a crise política e as expectativas para 2018.
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Folha – No livro o senhor discute se o retrocesso que vivemos é o fim do progresso ou um parênteses no caminho. Recentemente tivemos um episódio escancarado de racismo em Charlottesville. O que explica isso?
É a partir da década de 1980 que cerca de metade da população tem o direito de votar e uma liberdade na vida privada. Isso é uma novidade absoluta, um grande avanço. O que talvez possa estar mais perto de uma explicação é que você tem um avanço e até ele ser absorvido e assimilado, demora. Em algum momento talvez isso seja incorporado e a gente passe adiante.
É possível dialogar com o fascismo?
Muito. Tanto que hoje o Brasil está com a reputação no chão. É outro erro do impeachment. O erro gigantesco do PSDB foi não ter esperado as eleições de 2018 para ganhar bem. O PSDB entregou o poder para o PMDB e expôs sua imagem de uma maneira terrível. Era preciso não se subordinar ao Eduardo Cunha.
A BOA POLÍTICA
AUTOR Renato Janine Ribeiro
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