07/08/2017
06:25

POR JOSIAS DE SOUZA

Por trás da colheita de deputados que o DEM realiza em outras legendas esconde-se um objetivo ambicioso. O partido do presidente da Câmara Rodrigo Maia tenta estruturar um projeto presidencial para 2018, abandonando a condição de coadjuvante perpétuo do PSDB. No comando do DEM, o senador Agripino Maia vende aos interlocutores a tese segundo a qual há espaço no Brasil para reproduzir o movimento político que alçou Emmanuel Macron, 39, à Presidência da França, em maio passado.

O plano do DEM é conquistar a terceira ou segunda maior bancada de deputados federais, elevando suas atuais 30 cadeiras para algo entre 50 e 60 assentos na Câmara. A articulação envolve descontentes do PSB, do PSD, do PMDB e até do PSDB. Mais gordo, o partido ampliaria seu tempo de propaganda na TV. E passaria a abocanhar uma fatia mais generosa do fundo que financia as legendas com verbas públicas.

A transposição do ‘Projeto Macron’ do gogó para a realidade não será coisa trivial. O DEM é uma sigla que assumiu o poder no Brasil depois que as caravelas de Cabral aportaram em Porto Seguro. Para se apresentar ao eleitorado como a última novidade da política nacional, a legenda teria de passar por uma cirurgia plástica que a virasse do avesso.

Na época da ditadura, o DEM chamava-se Arena. Virou PDS. Na redemocratização, foi apelidado PFL, antes de ser rebatizado de DEM. Sob Fernando Henrique Cardoso, elegeu a segunda maior bancada do Congresso. Presidiu simultaneamente a Câmara, com Luís Eduardo Magalhães, e o Senado, com o pai dele, Antonio Carlos Magalhães.

Publicado por: Chico Gregorio

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