Hakon
Um dia depois de o governo da Noruega anunciar que vai cortar o envio de dinheiro para o combate ao desmatamento no Brasil, o presidente Michel Temer (PMDB) foi recebido sob protestos de ambientalistas ao se reunir com a primeira-ministra do país escandinavo, Erna Solberg. Grupos indígenas e organizações não governamentais (ONGs) europeias alertam que, diante do corte de recursos, a proteção ambiental e dos direitos indígenas deve sofrer.
Na manhã desta sexta-feira, 23, cerca de 40 pessoas se posicionaram às portas da sede do governo, com cartazes e um coro de “Fora Temer”. Ao sair do carro, o presidente chegou a olhar para o grupo e, rapidamente, entrou no edifício.
De acordo com os líderes ambientalistas, a administração de Temer tem dado apoio à banca ruralista no Congresso. “Vemos um constante e sistemático ataque ao meio ambiente nesse governo”, disse Sonia Guajajara, que comanda a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. “O Brasil era um exemplo ao mundo e hoje é um problema.”
A líder indígena disse entender o corte de verbas pela Noruega. Mas admite que a redução de dinheiro terá “um impacto negativo”. “Muitos grupos indígenas são beneficiados pelos recursos. O corte, portanto, significa o enfraquecimento de iniciativas aos indígenas e problemas para a implementação de gestão territorial”, admitiu.
A redução do dinheiro foi anunciada por Oslo nesta quinta-feira, 22, depois que o governo informou ao Brasil de que a taxa de desmatamento tem aumentado. Pelo acordo de 2008, o dinheiro liberado de mais de US$ 1,1 bilhão é reduzido sempre que isso ocorrer. Em dois anos, o Brasil já terá perdido R$ 196 milhões.
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