Laura Carvalho, em sua coluna na Folha, faz uma interessante decupagem da tão festejada queda da inflação. E o que ela encontra, no recorte dos índices inflacionários, além de apontar os erros do passado (a estupidez do choque tarifário, em especial no setor elétrico, tocada pelo “sábio” Joaquim Levy e a má administração das pressões cambiais), evidencia os riscos do futuro: a apreciação do câmbio e a contenção de preços pelo estrangulamento da demanda, que leva à estagnação econômica, à redução brutal da taxa de investimento e ao desastre arrecadatório, com seus reflexos sobre o déficit público, mesmo com todos os brutais cortes impostos na ponta dos gastos públicos.
Não temos uma política econômica, o que temos, essencialmente, é uma paralisação da economia, com seus inevitáveis efeitos necrosantes sobre o tecido social.
Vale a pena a leitura:
Queda da inflação não é fruto de
mudança na política econômica
Laura Carvalho, na Folha
Segundo o presidente do Banco Central, a “mudança na direção da política econômica gerou resultados positivos, como a queda das expectativas de inflação”.
A nota publicada no site do BC em 19/6 ressalta que, quando Ilan Goldfajn assumiu o comando da instituição, em junho de 2016, “a inflação chegava a 9% no acumulado de 12 meses. Havia batido 11% em dezembro de 2015. () Um ano depois, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 3,6%”.
Vale a pena esclarecer que a queda da inflação acumulada em 12 meses não se iniciou após Goldfajn assumir o comando do Banco Central: o índice atinge seu auge em dezembro de 2015 e vem caindo desde janeiro de 2016.
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