20/06/2017
05:26

De acordo com Aldemir Freire, o declínio neste ano “só reforça que a recuperação está muito lenta”; economista aposta que situação só será definida quando o PIB se recuperar

 
Aldemir Freire, do IBGE-RN
A 22ª queda consecutiva nas vendas do varejo do Rio Grande do Norte não foram vistas com satisfação pelo Chefe da Unidade Estadual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no estado potiguar, Aldemir Freire. De acordo com o economista, o comércio em 2017 começou pior do que o início do ano passado; o alento é que se encontra, atualmente, melhor do que foi no final de 2016.

“Podemos dizer que, para o comércio, esse ano começou pior que o começo do ano passado, mas melhor do que no final de 2016. Para os serviços, está melhor que o começo do ano passado e também que o final; o segundo trimestre de 2017 (pelos dados de abril), talvez registre queda (tanto do comércio quanto dos serviços) em relação ao primeiro trimestre do ano”, avaliou Aldemir.

De acordo com os dados do IBGE, em abril houve uma queda de 6,8% em relação ao mesmo período no ano passado. No acumulado do primeiro quadrimestre, a queda contabiliza 6,1% e quando tomados os doze meses imediatamente anteriores, já é de 8,5%. A única notícia boa é que o declínio este ano segue menor que em 2016. No ano passado, em abril, houve queda de 8,4% nas vendas e no primeiro quadrimestre foram – 9,75%.

“Isso só reforça que a recuperação ocorrerá de forma trôpega; ela ainda é muito lenta, e enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil não se recuperar, a economia do Rio Grande do Norte seguirá nessa indefinição”, sentenciou o Chefe potiguar do IBGE.

Dificuldades

O presidente da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo no Rio Grande do Norte (Fecomércio-RN), Marcelo Queiroz, fez coro com o IBGE ao avaliar negativamente os números.

“O fato de estarmos caindo menos este ano que no ano passado não é, necessariamente, um motivo para comemorarmos. Primeiro porque a comparação é favorável a 2017, uma vez que o número deste ano, em relação ao ano passado parte de uma base de comparação muito baixa (uma queda de 8,4% em abril de 2016). Segundo porque a retração deste ano é muito aguda. Foram quase 7% de queda no mês e no acumulado do quadrimestre mais de 6% É muito. O nosso setor tem cada vez mais dificuldades para manter o seu dia a dia e o reflexo disso já pode ser sentido claramente na queda, vertiginosa, do nosso potencial de geração de emprego e renda”, afirmou Queiroz.

De acordo com análise da Fecomércio, os principais setores que se destacaram negativamente em abril foram Veículos e Autopeças (-12%) e Combustíveis e Lubrificantes (-4,2%). Por outro lado, o setor de Tecidos e Vestuário (+10,8%), Equipamento de Escritório e Informática (+4,5%) e Supermercados e Hipermercados (+4%), conseguiram emplacar desempenhos positivos.

Marcelo Queiroz pontuou que os setores que conseguiram vender bem no mês pegaram carona, assim como em março, na onda dos recursos liberados pelas contas inativas do FGTS. “Estes recursos representam, para o estado, cerca de R$ 200 milhões até julho. Um dinheiro novo, circulando e do qual, boa parte vai mesmo para o consumo. Os segmentos que tiveram alta certamente estão ligados a este consumo pontual”.

Publicado por: Chico Gregorio

0 Comentários

Deixe o seu comentário!