25/05/2017
07:35

Presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Rio Grande do Norte, Max Fonseca, diz que setor espera paciente e esperançosamente por retomada na economia brasileira

Max Fonseca, presidente da Abrasel-RN

A crise econômica pela qual passa o Brasil desde 2015 atingiu todos os setores com força, obrigando-os a utilizar criatividade para driblar o momento ruim. O caso dos restaurantes e bares não é exceção. No Rio Grande do Norte, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) tem observado nos últimos anos empresas fecharem as portas e outras lutarem diariamente para não sofrerem o mesmo destino. Tudo acontece enquanto o setor espera paciente e esperançosamente por uma retomada na economia brasileira. Em entrevista ao Agora Jornal, Max Fonseca, presidente da Abrasel no estado potiguar, explicou que os números ideais para que essa recuperação seja possível remeteriam ao que era visto há cerca de cinco anos. Para ele, contudo, esta retomada ainda deve demorar mais um pouco.

“Desde o início, a palavra de ordem é encontrar métodos de diminuir os custos ou fazer uso de maquinário para reduzir mão de obra e sobreviver até a passagem do pior. Quem fez isso até agora sobreviveu, mas a retomada que se imaginava para a partir de março ainda não chegou; ainda nos encontramos em uma situação muito difícil”, explicou, mantendo o otimismo. “É claro que nosso mercado é de expansão e vai crescer no futuro. Nossa expectativa é de que retomemos para uma situação melhor, onde já estivemos, lá para o segundo semestre de 2019”.

Em rápida avaliação, Max citou que o mercado de bares e restaurantes passa atualmente por uma situação curiosa. “Nós temos um quadro interessante. Houve uma queda do números de frequentadores, mas houve aumento no ticket médio, menos gente consumindo, mas gastando um pouco mais; só que o número de vendas ainda é inferior à avaliação anterior”, comentou, fazendo referência ao indicador de eficiência utilizado para analisar o crescimento ou diminuição do valor bruto faturado no comércio.

Ainda de acordo com o presidente da Abrasel potiguar, o nível do desemprego gerado por essa necessidade de enxugar o quadro de funcionários das empresas tem prejudicado bastante o setor de bares e restaurantes. Ele aponta que, em virtude do número decrescente de pessoas no mercado, a quantidade de consumidores e frequentadores acaba caindo.

“Pelas perspectivas do que se via em crises anteriores, observações e pesquisas, a gente vê que agora há um nível de desemprego que chega a 13%. Em outras palavras, significa que menos gente fora do mercado equivale a menos gente consumindo. Segundo o que foi previsto nos levantamentos de analistas, ao final de 2019, a expectativa é que recuperemos os números que tínhamos em 2012 a 2014”, disse.

Para evidenciar ainda mais a queda em consumo no âmbito dos restaurantes e dos bares, Max Fonseca informou que um dos destaques no ramo, mesmo diante da crise, são os estabelecimentos que servem as chamadas “comidas da necessidade”, consumidas pelo trabalhador que tem dificuldades em se alimentar em casa, ou não possui estrutura financeira para arcar com uma alimentação mais cara.

“Veja o consumo nos estabelecimentos que trabalham com aquela ‘comida da necessidade’ e não do lazer. Falo do almoço do trabalhador; desde o que ganha mais ao que ganha menos – aqueles que não têm condições de ir até em casa, ou que não tem estrutura de alimento em casa. O indivíduo que gastava R$ 50 reais no almoço foi procurar outro restaurante cuja comida fosse mais barata e custasse R$ 40; já o que pagava R$ 40 procurou o restaurante que servia a R$ 30, e assim por diante. Mesmo diante dessa crise, vejo que o único nicho que cresceu no nosso mercado foi o da refeição da necessidade e do dia a dia, no ticket médio mais baixo”, ressaltou o presidente da Abrasel RN em conclusão.

Publicado por: Chico Gregorio

0 Comentários

Deixe o seu comentário!