24/05/2017
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o senador afastado Aécio Neves (PSDB/MG) quer pôr um “freio de arrumação na Polícia Federal”. Ao insistir no decreto de prisão preventiva do tucano decorrente de flagrante por crime inafiançável na Operação Patmos – que mira também o presidente Michel Temer e o deputado Rocha Loures (PMDB/PR) -, por meio de recurso ao Plenário do Supremo Tribunal Federal, Janot transcreve diálogo entre Aécio e o senador José Serra, também do PSDB. Eles caíram no grampo da PF no dia 13 de abril.

Aécio e Serra falam sobre uma eventual troca no Ministério da Justiça, Pasta ocupada pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB/PR). Serra sugere “alguém como o Jungmann”, em referência ao ministro da Defesa Raul Jungmann (PPS/PE).

Nas 66 páginas do recurso, o procurador destaca ainda um diálogo de Aécio com o empresário Joesley Batista, acionista da JBS, no dia 24 de abril. O tucano fala que “a estratégia para justificar a aprovação do projeto de abuso de autoridade é usar os supostos erros da Operação Carne Fraca, escondendo o real objetivo de que, de fato, seria para impedir ou embaraçar a Operação Lava Jato”.

“Aécio Neves se apresenta como um dos protagonistas dessa estratégia, afirmando que, nesta agenda, ‘estou mergulhado nisso, minha vida é isso, minha vida virou um inferno’”, assinala o procurador.

“Vê-se que a ‘firmeza’ que se espera do ministro da Justiça é no sentido de colocar um freio de arrumação na Polícia Federal”, afirma Janot.

O procurador observa que a estratégia do tucano ‘coincide’ com aquela discutida entre o senador Romero Jucá (PMDB/RR) e o delator Sérgio Machado. Ex-presidente da Transpetro, Machado gravou reuniões com Jucá e também com o senador Renan Calheiros (PMDB/AL) e o ex-presidente José Sarney (PMDB/AP).

Publicado por: Chico Gregorio

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