Do Estado de Minas:
O abalo sísmico sentido em Brasília na última semana com o depoimento de Marcelo Odebrecht e dos ex-diretores da Odebrecht Infraestrutura Benedito Júnior e da Odebrecht Ambiental Fernando Reis, dentro do processo de cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é apenas uma pálida sinalização do terremoto que virá nesta semana, com o fim do sigilo das 77 delações premiadas feitas pelos executivos da empreiteira baiana. Amanhã, será a vez de Cláudio Melo Filho e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar serem ouvidos no TSE. Também faltam os depoimentos de Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho e Luiz Eduardo Soares.
Todos eles já prestaram delações premiadas ao juiz Sérgio Moro, documentos que foram homologados pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, e estão à espera da definição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se terão ou não seus sigilos levantados esta semana. O ritmo da divulgação divide o meio jurídico. Especialistas acreditam que não há como fazer um levantamento seletivo, pois isso abriria brechas para vazamentos de citados.
Mas analistas que acompanham o dia a dia do Judiciário duvidam que Janot abrirá a caixa de Pandora — referência ao lendário artefato da mitologia grega que continha todos os males do mundo — de uma vez só, pois isso diminuiria a margem de manobra política diante dos investigados. Os peemedebistas Renan Calheiros e Romero Jucá, por exemplo, defendem que a divulgação seja integral, para evitar exposições dos nomes a conta-gotas.
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