Às vésperas de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregar ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de inquéritos contra políticos acusados de receber propina da Odebrecht, a presidente cassada Dilma Rousseff diz que o Brasil vive uma “era medieval” nos processos legais de combate à corrupção. Segundo ela, não há respeito ao devido processo legal ao direito de defesa.
Ao Estado, Dilma se recusou a falar sobre a iminente publicação da segunda lista de políticos sob suspeita por esquema de corrupção na Petrobrás, mas mencionou “vazamentos seletivos” e “filtros” nas informações de delações.
Dilma está em Genebra para participar de seminários e debates, usando cada ocasião para defender a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva na campanha presidencial de 2018.
Em entrevista ao jornal suíço “Le Temps”, Dilma afirmou que não iria comentar a situação do presidente Michel Temer. “Eu não me permito comentar um processo judicial em curso, mesmo se a pessoa sob suspeita é aquela que operou um golpe contra mim”, disse. “Não podemos condenar alguém sem um direito de defesa. Eu não vou me permitir agir como a rainha de Alice no País das Maravilhas e dizer: ‘cortem a cabeça’. Cabe ao tribunal julgar”, afirmou.
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