De João Pedro Caleiro da Exame.com:
O Brasil ficou na 30ª posição entre 79 países em desenvolvimento em um ranking de “crescimento inclusivo e desenvolvimento”.
Estamos atrás de países como Argentina (11ª), China (15ª), Turquia (20ª) e Venezuela (26ª) e na frente de Colômbia (33ª) e Filipinas (40ª).
“Para deixar o crescimento mais inclusivo, o sistema educacional precisa ser modernizado, particularmente para que jovens de origens socioeconômicas mais pobres, atualmente menos bem-sucedidos, possam se beneficiar de um ambiente com igualdade de condições”, diz o texto.
Noruega, Luxemburgo e Suíça ficaram nos primeiros lugares enquanto Reino Unido ficou em 21º e os Estados Unidos em 23º no ranking geral.
Critérios
O relatório foi divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, que começa amanhã sua consagrada reunião anual da elite mundial em Davos, na Suíça.
Foram analisadas a situação atual e a tendência para os próximos 5 anos dos países com base em critérios que vão além do PIB, considerando também seus efeitos sobre o bem-estar social.
“Usar o PIB como medida de prosperidade não leva em conta quem está ficando mais rico e como – consequências que podem ter implicações profundas para a sociedade”, diz o texto.
Além disso, medidas antiquadas fazem com que produtos e serviços da nova economia passem despercebidos, ainda que tenham amplo impacto social.
Para corrigir isso, o Fórum usou tanto medidas econômicas (como PIB per capita, produtividade e emprego) quanto medidas de inclusão (como taxa de pobreza e desigualdade de renda e de riqueza).
Também foram usados dados de educação, serviços básicos, infraestrutura, criação de ativos, empreendedorismo e outros.
Fraquezas
A economia brasileira está ficando mais intensiva no uso de carbono e tem um dos piores níveis de dívida pública entre os emergentes.
Esses dois fatores derrubaram nossa nota no pilar “intergeracional”, sobre como políticas atuais podem prejudicar gerações futuras.
“Acesso e preço do sistema de saúde também devem ser abordados. A corrupção permanece como um grande problema, minando a confiança no sistema e tornando mais difícil alcançar várias metas de desenvolvimento”, diz o texto.
Outros destaques negativos para o Brasil são a informalidade, a desigualdade e o desemprego em alta: a cada 3 novos desempregados no mundo em 2017, um será brasileiro, segundo a Organização Mundial do Trabalho (OIT).
O país também atravessa a maior crise econômica de sua história e a retomada do crescimento em 2017 deve ser tímida (o FMI divulgou hoje expectativa de 0,2%, contra 0,5% segundo o Boletim Focus).
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